Detenção de brasileiro nos EUA revela extensa rede de contrabando de migrantes
Um brasileiro foi preso nos Estados Unidos sob a acusação de envolvimento em um sofisticado esquema de contrabando de migrantes, cometido por uma organização responsável pela entrada illegal de várias centenas de indivíduos no país.O departamento de Justiça dos EUA confirmou que Flávio Alexandre Alves, mais conhecido como “Ronaldo”, foi capturado na quarta-feira (26) em Worcester, Massachusetts.
As autoridades informaram que Alves tinha um histórico criminal, já tendo sido condenado e deportado anteriormente, após ser identificado como contrabandista. Contudo, ele retornou ao país de forma ilegal. Na mesma operação, quatro outros suspeitos foram detidos em Pittsburgh, Harrisburg e em diversas regiões da Pensilvânia, por estarem ligados a atividades ilícitas de imigração.
A investigação detalhou que alves colaborou com outros para transportar migrantes do Brasil, passando pelo México antes de chegar aos Estados Unidos. Ao cruzar a fronteira, os imigrantes recebiam suporte direto dele.
O Departmento de Justiça revelou que o brasileiro estava envolvido no financiamento das viagens, adquirindo olhos de passagens aéreas para os imigrantes com destino a diferentes localidades nos EUA. Além disso, Alves transferiu quantias significativas de dinheiro para contrabandistas e imigrantes no México, cobrando taxas por seus serviços na travessia.
Segundo as alegações, Alves comprou mais de 100 passagens de voos internos entre maio de 2021 e agosto de 2022. Além disso, ele teria enviado quantias que somam centenas de milhares de dólares para auxiliares e imigrantes.
“uma denúncia não passa de uma acusação. O réu é considerado inocente até que se prove o contrário em um tribunal”, ressaltou o Departamento.
O promotor-geral de Massachusetts informou que a acusação de conluio para trazer ou transportar ilegalmente estrangeiros nos EUA pode resultar em uma pena máxima de até 10 anos de prisão, além de multas que podem alcançar US$ 250 mil.
Esta operação foi conduzida em colaboração com a polícia brasileira, que, no mesmo dia, deu início à segunda fase da Operação Hancórnia. O objetivo da operação é desmantelar uma organização criminosa transnacional especializada em contrabando de migrantes brasileiros, focando principalmente em pessoas oriundas do Maranhão.
As investigações apontaram que os membros da organização recrutavam residentes em várias cidades do Maranhão,organizando viagens ilegais por rotas na América Central. Vítimas foram constatadas como tendo pagado preços exorbitantes, frequentemente tomando empréstimos com juros abusivos. O inquérito detectou a presença de centenas de vítimas, incluindo crianças, e a utilização de empresas de fachada para a lavagem de dinheiro.
Mais de 50 agentes da Polícia Federal participaram da operação, que incluiu 16 mandados de busca e apreensão, além de um mandado de prisão preventiva em estados como Maranhão, Minas Gerais, Rondônia, Distrito Federal e Espírito Santo. A Justiça Federal bloqueou aproximadamente R$ 14 milhões em propriedades e ativos vinculados aos suspeitos. O cumprimento de mandados na operação tem sido coordenado com as ações das autoridades norte-americanas para evitar que os envolvidos escapem e garantir a integridade das evidências reunidas.
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