Um recente estudo da “JAMA Pediatrics” revela que o estresse familiar causado pelo medo da deportação triplica o risco de ter transtornos mentais como depressão e agressividade, principalmente entre jovens imigrantes. Acompanhe!
Da Redação – A deportação de um imigrante, seja em que país esteja, traz resultados psicológicos negativos, capaz de afetar a saúde mental. E essa frustração também envolve os familiares – todos sofrem. Agora, imagine uma família inteira quando fica acuada, temendo ser deportada diante de leis rígidas contra indocumentados, como ocorre, principalmente nos EUA. Um recente levantamento realizado por estudiosos em imigração da “”JAMA Pediatrics”, revela que o estresse familiar causado pelo medo de deportação triplica o risco de ter transtornos mentais como depressão e agressividade, principalmente entre jovens. Sonhos e projetos de vida que acabam interrompidos.
Nos EUA, brasileiros que estão sem documentos – que não se legalizaram no país – atravessam um dos momentos mais cruciantes quanto aos respectivos futuros. Acontece que leis rígidas contra indocumentados, são ameaças constantes, colocando essas pessoas no olho furacão.
Na Flórida, por exemplo, onde há um contingente expressivo de imigrantes sem documentos, o governador Ron DeSantis assinou uma lei que criminaliza pessoas indocumentadas. Os hospitais estão sendo pressionados para não atender estrangeiros, o mesmo acontece nas empresas, que receberão altas multas caso dê emprego a quem não tenha permissão legal para viver naquele estado.
E toda essa pressão judicial causa uma onda de estresse tão violenta, que pessoas entram em estado de pânico – temem dirigir em rodovias, entrar em lugares públicos, adquirindo a chamada, “síndrome de perseguição”. Eles sempre falam do medo de serem deportados. Eles temem que um dia sejam levados embora sem a presença dos filhos e que, quando chegarem em casa depois da escola, descubram que não há ninguém para cuidar deles. O medo do que poderá acontecer é prejudicial, afeta a saúde mental.
Outro ponto é que, apesar da pessoa de ser cidadã norte-americana – com posse da documentação necessária -, ainda assim persiste o “fantasma” de ser mandada embora do país. E a retórica anti-imigração de muitos políticos a afetam, e ela chega a duvidar do seu direito de permanecer naquele que sempre foi o seu país. Algo comum na comunidade brasileira. O estresse é pior entre aqueles que conhecem de perto os efeitos da deportação.
Os resultados de um estudo realizado pela “Jama Pediatrics” revelaram que os adolescentes, cujas famílias têm um membro deportado ou detido, sofrem mais transtornos mentais do que os adolescentes que não passaram por isso. O estresse do ambiente familiar, causado pelo medo da deportação, se traduz em agressividade, depressão e ainda maior consumo de drogas.
Os riscos de experimentar estes sintomas quase triplicam entre adolescentes, após um membro da família ter sido deportado ou detido. Estudantes do ensino médio, entre 16 a 19 anos, filhos de imigrantes em todo o país, quando perguntados, relataram sentir persistentemente extrema tristeza ou desespero.
Uma das conclusões do estudo é que as mães mudam o comportamento quando se sentem ameaçadas e evitam ir ao médico quando precisam, ou ir à polícia aconselhar os filhos a ficarem longe das autoridades. Além disso, o estudo reflete como as mães, afetadas pelo stress, dão menos sinais de carinho e apoio aos seus filhos, após ter havido uma deportação ou detenção na família. Como resultado, as relações entre pais e filhos pioram e os conflitos familiares aumentam.
Nocivo Donald Trump
Evitar a exposição à retórica anti-imigrante é quase impossível num contexto como o atual em que o candidato republicano, Donald Trump, anuncia que, se regressar à Casa Branca, liderará a maior deportação da história dos EUA. Aqueles discursos que inflamam o público, escondendo uma atitude xenófoba e racista sob uma falsa auréola patriótica, não caem em ouvidos surdos.
As conclusões do seu estudo destacam-se mais porque a amostra escolhida pertence a uma zona de classe média e não a uma classe baixa, onde se supõe que seria mais fácil encontrar pessoas afetadas pelas deportações. Além disso, 90% dos adolescentes pesquisados são cidadãos norte-americanos.
Fonte – “JAMA Pediatrics – The Science of Child and Adolescent Health”
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