Um casal brasileiro e seu filho pequeno solicitaram asilo humanitário nos Estados Unidos, alegando enfrentar perseguições religiosas por sua prática de candomblé no Brasil. O pedido foi protocolado na Corte de Apelações do Nono Circuito, em San Francisco, mas em 15 de maio, a corte decidiu pela negativa, o que pode resultar na deportação da família. A informação foi reportada pelo portal Uol.
A família, originária de uma pequena cidade em Goiás, afirmou na petição ter sido alvo de agressões motivadas pela sua fé. Eles também mencionaram um aumento alarmante na violência contra seguidores de religiões de matriz africana, com dados do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania indicando que, em 2024, foram registradas 3.853 infrações por intolerância religiosa, representando um crescimento superior a 80% em relação ao ano anterior. Mesmo sendo apenas 1% da população, conforme o Censo de 2022, praticantes de candomblé e umbanda são frequentemente alvo de discriminação.
Embora a corte reconhecesse a discriminação enfrentada pelos candomblecistas no brasil, concluiu que a família não demonstrou que o governo brasileiro estaria ineficaz na proteção deles. A decisão incluiu referência a um relatório do Departamento de Estado dos EUA de 2023, que mencionou invasões policiais a terreiros e, ao mesmo tempo, destacou uma nova lei sancionada pelo presidente Lula contra a intolerância religiosa.
Em uma parte controversa da decisão, os juízes sugeriram que a família considerasse se mudar para o Nordeste, alegando que o candomblé seria mais aceito naquela região. Segundo eles, a realocação interna seria viável devido às “habilidades laborais transferíveis” do casal.Apesar disso, o Censo revela que o estado brasileiro com a maior concentração de adeptos de religiões afro-brasileiras é o Rio Grande do Sul, com 3,2%, e a Bahia, embora com forte associação a essas tradições, apresenta altos índices de intolerância religiosa, atrás apenas de São Paulo e do Rio de Janeiro. Este caso surge em um contexto de protestos na Califórnia contra as deportações em massa, uma promessa feita pelo ex-presidente Donald Trump em sua campanha eleitoral. A comunidade brasileira nos Estados Unidos expressa preocupações crescentes diante do endurecimento das políticas de imigração.
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