A nova administração busca cumprir a promessa de deportar mais de 11 milhões de imigrantes não documentados, revertendo políticas que limitam a fiscalização em lugares sensíveis como escolas, igrejas e hospitais, além das áreas adjacentes.
No Texas, uma recente legislação obriga certos hospitais a questionar os pacientes sobre seu status migratório, resultando em um movimento que “afunda ainda mais as pessoas nas sombras”. Essa evolução sinaliza o que pode ocorrer quando essas instituições se tornam alvos da fiscalização, observa Javier Hidalgo, diretor jurídico do RAICES, uma entidade em San Antonio que defende os direitos de imigrantes e refugiados.
De acordo com Hidalgo, o Texas está se consolidando como um exemplo de rigidez na fiscalização da imigração. Contudo, essa realidade também impulsionou defensores e grupos sem fins lucrativos a fornecer recursos e apoio às famílias afetadas, que podem incluir até 5,8 milhões de lares onde pelo menos um membro é indocumentado.
Semelhante à situação no Texas, a Flórida deverá sentir os efeitos das políticas de imigração da nova gestão rapidamente, já que o governador Ron DeSantis se posiciona como um aliado da agenda do presidente. Segundo Sousa-Lazaballet, as consequências serão visíveis em breve nesse estado.
Assim como na Califórnia, Sousa-Lazaballet está promovendo conversas essenciais na Flórida, assegurando que as famílias imigrantes elaborem um “plano de dignidade”. Este plano cobre a criação de procurações ou tutelas que estabelecem quem cuidará das crianças caso um dos pais indocumentados seja detido, prevenindo que a custódia seja transferida para o Departamento de Famílias e Crianças.
Em Phoenix, Arizona, José Patiño, vice-presidente da Aliento, um grupo de defesa de direitos imigrantes, está implementando pacotes familiares semelhantes. Patiño enfatiza a importância de resolver questões de tutela e acesso a propriedades e contas bancárias, garantindo que os membros da família possam acessar recursos se o provedor principal for detido.
Embora a preparação seja vital, o processo também impacta significativamente a saúde mental de imigrantes e de suas crianças, que tentam seguir com suas vidas normais, afirmaram Patiño, Hidalgo e Sousa-Lazaballet.
A RAICES, a principal prestadora de serviços jurídicos de imigração no Texas e importante agência de reassentamento de refugiados, declarou estar “preparada para desafiar qualquer medida presidencial que ameace o direito humano à busca de segurança nos Estados Unidos”.
Se a política que restringe monitoramentos em locais sensíveis for revogada, existem possibilidades de contestação legal, conforme Hidalgo. Até lá, a organização permanecerá alerta.
A Coalizão pelos Direitos Humanos dos Imigrantes em Los Angeles tem planos semelhantes, como afirmou Jorge-Mario Cabrera, diretor de comunicações do grupo.
No dia 20 de janeiro, a United We Dream, a maior rede de jovens imigrantes do país, reabrirá uma linha direta que foi criada no primeiro mandato de Trump, revelou Anabel Mendoza, diretora interina de comunicações da organização.
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