Desde a infância, Luís se apaixonou pela dança. Acompanhando sua irmã mais nova nas aulas de balé, ele se encantou com o universo da dança clássica. Com apenas 14 anos, decidiu seguir adiante após a desistência da irmã e nunca olhou para trás. Atualmente, aos 24 anos, ele se apresenta nos Estados Unidos.
“É totalmente possível ser um bailarino clássico,mesmo vindo de uma favela e tendo a pele negra. Até as dificuldades que enfrentei moldaram quem sou na atualidade,” disse o artista em uma entrevista.
com uma combinação de talento e resiliência, Luís foi aceito na prestigiosa Escola de Teatro Bolshoi no Brasil. Graduando-se em 2018, ele partiu em busca de uma carreira no cenário internacional, tornando-se um membro da respeitável Dance Theater of Harlem, nos Estados Unidos.
Sua trajetória da favela aos palcos do mundo é inspiradora. Ao ingressar no Bolshoi, que fica em santa Catarina, Luís afirmou que a escola lhe proporcionou muito mais do que apenas aprendizado técnico.
“Assim que pisei naquele ambiente, vivenciei mudanças significativas. É um caminho ideal para quem aspira a ter uma carreira como a minha. A estrutura é excepcional, eles oferecem a melhor formação técnica. A instituição é bastante mais abrangente do que simplesmente ensinar dança. A atmosfera era acolhedora, e sinto saudade disso,” contou ao EXTRA.
Durante sua jornada, Luís recebeu apoio basic de Aline Coelho e Vagner Barbosa, que o acolheram através de um programa social da escola.Apesar da sua paixão pela dança,ele enfrentou inúmeras dificuldades,incluindo a falta de recursos,discriminação e solidão.
“Meu maior obstáculo foi a busca por aceitação. Muitas vezes, senti que não me encaixava no mundo do balé clássico e que precisava provar meu valor a todo instante,” revelou.
A trajetória de Luís deu uma volta surpreendente. Antes de se mudar para os Estados Unidos, ele passou algum tempo na Dinamarca, onde sua carreira começou a ganhar forma. Sua habilidade e dedicação o levaram ao convite para se juntar à Dance Theatre of Harlem, em Nova Iorque.
Agora, ao refletir sobre seu passado, ele se sente realizado e deseja que sua história sirva como uma luz para outros que lutam por seus sonhos.
“Não deixe que ninguém diminua sua essência. Haverá quem tente fazer isso, tentando absorver sua energia e moldá-lo a um padrão que criaram,” enfatizou.
Embora resida no exterior,Luís não se esquece de suas origens.
“Sou fã da Anitta, mas minha playlist é eclética. Busco sempre me conectar com a cultura brasileira, e nos meus momentos livres, frequento restaurantes brasileiros para me sentir em casa,” comentou.Neste ano, ele planeja retornar ao Brasil para passar um mês com seus pais, algo que não fazia desde 2022. “Estou muito empolgado com essa visita. Estar com eles será maravilhoso,” finalizou.

O bailarino Luís Rego se formou no Bolshoi e iniciou sua carreira internacional. – Foto: arquivo pessoal e Alinne Volpato

Luís, formado no Bolshoi Brasil, agora se apresenta em Nova Iorque. – Foto: Alinne Volpato