O ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump (2017-2021), anunciou na terça-feira que, caso vença as eleições de 2024, em seu primeiro dia na Casa Branca, emitirá um decreto para acabar com a cidadania automática para filhos de imigrantes indocumentados e “turistas biológicos”.
“Como parte do meu plano para proteger a fronteira, no primeiro dia do meu novo mandato, assinarei uma ordem executiva deixando claro para as agências federais que, sob a interpretação adequada da lei, os futuros filhos de imigrantes ilegais não receberão a cidadania dos Estados Unidos automaticamente”, disse ele em um vídeo gravado em sua casa em Palm Bach, Flórida.
Trump instruiria as agências federais a exigir que pelo menos um dos pais fosse cidadão dos EUA ou residente permanente legal para que seus filhos nascidos nos EUA se tornassem automaticamente cidadãos dos EUA.
Os filhos daqueles que não atendem a esse requisito não apenas não receberão a cidadania automática, mas também não poderão receber “passaportes, números da Previdência Social ou ser elegíveis para certos benefícios sociais financiados pelos contribuintes”.
Com esta medida, Trump, um dos seis candidatos para já a participar nas primárias para escolher o candidato republicano às presidenciais de 2024, pretende acabar com “um significativo incentivo à imigração ilegal”. “Isto vai impedir a vinda de mais imigrantes e encorajar muitos dos estrangeiros que Joe Biden (presidente dos Estados Unidos) deixou entrar ilegalmente em nosso país a retornar aos seus países de origem”, disse ele. Uma declaração do grupo Agenda 47 de Trump anunciou que o decreto que ele assinará em 2025 durante seu primeiro dia na Casa Branca se os eleitores lhe derem um segundo mandato em 2024 também visa “turistas de nascimento”.
“Dezenas de milhares de estrangeiros entram fraudulentamente nos Estados Unidos a cada ano durante as últimas semanas de gravidez com o único propósito de obter a cidadania americana para seus filhos”, disse o comunicado.O decreto que Trump emitirá em seu primeiro dia na Casa Branca se for vitorioso nas urnas em 2024 faz parte de uma estratégia mais ampla para proteger totalmente a fronteira dos EUA com o México, diz Agenda 47. O grupo de campanha então lista as “centenas de ações executivas, proclamações e memorandos presidenciais sobre segurança nas fronteiras e imigração” que Trump implementou enquanto estava na Casa Branca.
Além de Trump, estão inscritos para concorrer à indicação republicana o governador da Flórida, Ron DeSantis; a ex-embaixadora dos Estados Unidos na ONU, Nikki Haley; o ex-governador do Arkansas, Asa Hutchinson; o empresário Vivek Ramaswamy e o senador afro-americano Tim Scott. “Eles estão vindo aos milhões e milhões e milhões. Eles estão vindo de instituições psiquiátricas, estão vindo de prisões, presidiários, algumas das pessoas mais duras e malvadas que você já viu”, disse Trump sobre os imigrantes em seu novo vídeo de campanha.
O ex-presidente indica que a atual política dos Estados Unidos de conceder cidadania aos nascidos em seu território se baseia “num mito histórico e numa deliberada má interpretação da lei por parte dos defensores das fronteiras abertas”.
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