Estudos científicos comprovam que o contato físico promove o crescimento, proteção e neurodesenvolvimento das crianças. Os bebês abraçados tendem a ganhar peso mais rápido, experimentam menos estresse e têm uma melhor recuperação.
Mas o valor desses abraços vai além do aspecto físico. Eles são uma fonte de conforto emocional tanto para os bebês quanto para os voluntários. “Você se sente preenchida ao sentir como naquele pequeno corpo há tanto desejo de viver. Há um apego à beleza da vida”, disse Irmã Castro, professora aposentada e abraçadora voluntária há mais de 2 anos.
Nancy Sánchez Zanón, chefe do Departamento de Neonatologia da Maternidade de Córdoba, na Argentina. Ela explica que, quando os bebês são abraçados, eles deixam de consumir a própria energia.
Isso porque, quando estão sozinhos, eles usam um mecanismo de sobrevivência. Se esse estado continuar por muito tempo, o bebê começa a enfraquecer.
Mas quando estão seguros nos braços de outra pessoa, são capazes de sentir o calor da pele humana e as batidas de um coração humano, e esse mecanismo de sobrevivência é desligado.
O calor humano relaxa o corpo deles
Se os bebês não podem ser abraçados pela impossibilidade de desconectar as linhas ou tubos intravenosos, os voluntários colocam a mão na incubadora e seguram a mão do bebê.
Normalmente, eles suspiram, relaxam e os corpos têm uma atividade maior.
“Uma criança fica menos estressada quando está nos braços de alguém… ela consegue regular a temperatura com mais facilidade… tem menos tendência à apneia do sono e ganha peso mais rápido do que se não estivesse ligada a ninguém”, explica Zanón, chefe do Departamento de Neonatologia da Maternidade.
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O projeto começou em 2010, inspirado por iniciativas semelhantes em Buenos Aires.
Foi então que Ana María Rognone, chefe de cuidados intermediários da maternidade, trouxe a ideia de abraçar bebês para o Hospital da cidade de Córdoba.
Mas todo o conceito veio de um programa infantil criado no Canadá com recém-nascidos de mães viciadas em heroína.
“Um amor diferente”
A palavra “amor” é repetida várias vezes pelas voluntárias do projeto, sempre acompanhada de muita emoção.
Muitas delas são mães e admitem que o amor que dão aos bebês do hospital através dos abraços é de um tipo diferente.
“Você está comprometida com um amor diferente. É dar luz, vida e amor”, disse a voluntária Susana Sassy.
Para Rognone, todas as maternidades deveriam incorporar essa iniciativa. “Cuidar não é possível só com remédio, mas com carinho”, destacou.
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Cada toque é um lembrete para esses bebês de que são amados e aceitos desde o momento em que nascem. – Foto: Ramiro Pereyra
Com informações do El País.
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