A máxima do esporte, cantada em verso e prosa, sempre foi: “Esporte é saúde”. Isto até pode ser verdade para as pessoas que exercem outras atividades e usam o esporte como lazer e uma maneira de manter a forma física. No entanto, para os atletas de alto rendimento a história é bem diferente. Eles praticam uma carga excessiva de exercícios, quase sempre jogam com dores no corpo e estão sujeitos a lesões com frequência.
É comum torcedores reclamarem das atuações de jogadores de suas equipes quando eles não mostram um bom futebol e fazer comentários do tipo: “não tem amor ao time, eu jogaria até de graça”, “eles têm toda a mordomia e se queixam de jogar de três em três dias quando o trabalhador rala todos os dias”, “fulano é chinelinho, está sempre machucado”.
Isso pode causar efeito nas redes sociais com os autores dessas frases ganhando vários likes e declarações de apoio. Porém, a realidade é bem diferente. Atletas de alta performance são submetidos a regimes de carga física e mental que a maioria dos mortais nem faz ideia. Além de terem de viver nas academias, com acompanhamento de profissionais dos núcleos de saúde dos clubes, ainda precisam estar mentalmente fortes para suportar a força dos adversários e a cobrança dos torcedores e das comissões técnicas.
Embora esteja falando especificamente de futebol, a exigência física e mental existe também em outras modalidades esportivas como basquete, vôlei, futebol americano e outros esportes coletivos. No caso dos esportes individuais, a carga emocional ainda é maior, como ocorre no tênis, no boxe e nas artes marciais. Como se vê, os bons ganhos deles não vêm de graça.
Todo esse preâmbulo serve para mostrar o quanto o esporte de alto rendimento pode ser cruel para aqueles que apresentam algum tipo de anomalia. Na semana passada, 22 de agosto, a equipe do São Paulo recebeu o time do Nacional do Uruguai pela segunda partida das oitavas de final da Copa Libertadores da América. O Tricolor paulista venceu por 2 a 0 e se classificou, todavia, o resultado do jogo foi o menos importante.
O fato que realmente deu notoriedade à partida foi o mal súbito sofrido pelo zagueiro Juan Izquierdo, que sofreu uma parada cardiorespiratória aos 32 minutos da segunda etapa. Jogadores das duas equipes perceberam a condição do atleta e as equipes médicas socorreram Izquierdo, enquanto a ambulância transportava o zagueiro do Morumbi para o Hospital Alberto Einstein, em São Paulo, que fica muito próximo ao estádio. Durante o trajeto, ele voltou a perder a consciência, foi reanimado pelos paramédicos e internado imediatamente na unidade de terapia intensiva.
Apesar dos esforços dos médicos, o rapaz de 27 anos de idade, que ficou cinco dias internado, não conseguiu se recuperar e faleceu na terça-feira (27), deixando viúva e dois filhos – uma menina de dois anos e um recém-nascido de apenas oito dias. Sua morte causou consternação em todos jogadores e alguns sampaulinos viajaram para Montevidéu para assistir ao velório de Izquierdo após a partida contra o Galo. O centro-avante Calleri inclusive se prontificou a bancar as despesas hospitalares com a internação de Izquierdo.
O mundo do futebol enviou condolências à família e ao clube, com uma onda de solidariedade comovente. Porém, aqui cabe uma indagação: os departamentos médicos dos clubes fazem um bom acompanhamento da saúde de seus atletas? Ele já havia sido diagnosticado na adolescência com um problema cardíaco, por que não houve um alerta mais severo sobre a prática do futebol profissional? O Nacional do Uruguai dispõe de um seguro de vida para seus atletas a fim de amparar a viúva e os órfãos? Enfim, são questionamentos que precisam ser respondidos para evitar a repetição de casos como esse no futebol profissional. Até porque ele não é o primeiro caso. Outros jogadores morreram em campo, inclusive Serginho, que atuava pelo São Caetano, e também faleceu no Morumbi, em outubro de 2004.
Copa do Brasil
Em noite de tristeza, São Paulo perde para o Galo
Por ironia do destino, o Morumbis foi novamente palco de uma partida importante do São Paulo Futebol Clube. Desta vez, o adversário foi o Atlético-MG pelas quartas de final da Copa do Brasil.
Porém, o episódio recente, a morte do zagueiro Juan Izquierdo, do Nacional, do Uruguai, abalou o São Paulo. Jogadores, torcida e todos os envolvidos na partida foram impactados. E a quarta-feira (28) foi diferente no Morumbis.
O entorno do estádio, sempre repleto de alegria e expectativa pela chegada do ônibus com a delegação do São Paulo para a partida que começa em pouco mais de uma hora, ganhou uma nova cor.
O azul do Nacional, time de Juan Izquierdo, que enfrentou o Tricolor na última quinta-feira (22), pela Libertadores, foi adotado pelos torcedores nas ruas. Alguns até vestiram a camisa uruguaia. Na recepção aos jogadores, o vermelho, o preto e o branco ganharam companhia na bonita festa dos são-paulinos.
A partida entre Tricolor e Galo apresentou um baixo nível técnico. O São Paulo, por jogar em casa e pela melhor situação no Brasileirão, era o favorito para vencer a partida. Até porque o Triciolor paulista estava invicto em seus domínios com dez jogos – sendo nove vitórias e um empate.
Mas, o Atlético-MG confirmou a fama de carrasco do São Paulo e derrotou o time da casa por 1 a 0, com o gol de Battaglia nos acréscimos, anotando de cabeça ao completar o belo lançamento de Gustavo Scarpa na cobrança de falta. Ironicamente, o gol da vitória atleticana saiu depois de Lucas Moura perder um gol incrível à frente do goleiro Everson para tristeza dos mais de 51 mil torcedores que proporcionaram uma renda de quase 4 milhões de reais.
Na próxima semana, as duas equipes voltam a se enfrentar em Belo Horizonte. O Galo joga por um empate para passar à semifinal, enquanto o Tricolor precisa vencer por dois gols de diferença para se classificar ou por um gol para levar a decisão para as penalidades máximas.
Pelo Brasileirão, as duas equipes entram em campo no domingo (1º). O Galo vai a Porto Alegre, onde enfrenta o Grêmio em sua Arena, e o São Paulo tem duelo de tricolores com o Fluminense no Rio de Janeiro.
Flamengo derrota Rogério Ceni mais uma vez
Parce que a sina de Rogério Ceni é perder para o Flamengo. O treinador sofreu sua 12ª derrota consecutiva para o Rubro-Negro carioca dirigindo quatro equipes diferentes: Fortaleza, Cruzeiro, São Paulo e Bahia. Como treinador do Flamengo, ele foi campeão brasileiro. Talvez não devesse ter saído do Mengão.
A mais recente derrota foi dolorida. O Flamengo conseguiu uma vitória importante sobre o Bahia, por 1 a 0, na Fonte Nova, e larga com vantagem na disputa por uma vaga na semifinal da Copa do Brasil. O Tricolor se impôs em sua casa e controlou a maior parte do jogo, criou muitas oportunidades, mas pecou nas finalizações. Diferente do Rubro-Negro que fez jogo conservador e aproveitou uma bobeira da defesa adversária para fazer o gol do jogo, com Bruno Henrique, em escanteio.
Com a vitória, o Flamengo poderá até empatar para se classificar, no jogo volta. O Tricolor precisa vencer por mais de dois gols de diferença para avançar direto. Um triunfo tricolor por um gol levará a decisão para os pênaltis.
O Flamengo volta a campo no próximo domingo (1º), para enfrentar o Corinthians, na Neo Química Arena, pelo Brasileirão. O Bahia enfrentará o Bragantino, no Nabi Abi Chedid, também no domingo.
Campeonato Brasileiro
Cruzeiro domina Internacional no Mineirão, mas fica no empate
Em partida ainda válida pelo primeiro turno do Brasileirão, o Cruzeiro decepcionou a imensa torcida que lotou o Mineirão e ficou no empate em 0 a 0 com o Internacional. A Raposa tinha intenção de devolver a derrota de 1 a 0 sofrida no Beira-Rio para o próprio Colorado, em jogo referente à 24ª rodada.
Contudo, mesmo com maior volume de jogo, o time estrelado não conseguiu marcar nenhum gol. A equipe dirigida por Eduardo Seabra não soube encontrar espaços na defesa da equipe de Roger Machado, nem mesmo quando ficou com um jogador a mais por 70 minutos, após a expulsão do zagueiro Rogel. E ainda por cima desperdiçou uma penalidade máxima cobrada por Kaio Jorge. O centro-avante trazido da Itália ainda não marcou com a camisa do Cruzeiro, mas bateu muito mal o pênalti e deu chance ao goleiro Anthoni defender. Na sequência da jogada, Mateus Pereira bateu no gol e o goleiro do Inter fez boa defesa. Antes, o próprio Mateus Pereira chutou uma bola na trave.
Para piorar a situação, o Cruzeiro perdeu o atacante Juan DiNenno para o resto da temporada. Ele sofreu uma lesão no ligamento cruzado anterior do joelho direito e terá de ser operado. Seu retorno aos gramados só ocorrerá em 2025.
Pela 25ª rodada do Brasileirão, o Cruzeiro recebe no domingo o lanterna Atlético-GO, com obrigação de ganhar, enquanto o Internacional visita o Juventude em Caxias do Sul no mesmo dia.
Criciúma bate Red Bull Bragantino e se afasta da zona de rebaixamento
Depois de dois tropeços seguidos na Série A do Campeonato Brasileiro como mandante, contra Grêmio e Vasco da Gama, o Criciúma voltou a comemorar uma vitória junto com a torcida no Estádio Heriberto Hülse. O triunfo por 1 a 0 diante do Bragantino, na noite desta quarta-feira, em duelo atrasado e válido pela 19ª rodada, afastou o Tigre da zona de rebaixamento e deixou o Massa Bruta mais próximo dela. Marcelo Hermes, aos 36 do primeiro tempo, anotou o único gol da partida.
A vitória no Majestoso fez o Criciúma somar os três pontos e chegar aos 28 – o time é o 12º na tabela. O Bragantino, com 27, caiu duas posições e aparece em 15º.
O próximo compromisso do Criciúma na Série A será contra o Cuiabá, pela 25ª rodada. A partida acontece no dia 31 de agosto (sábado), na Arena Pantanal.
O Bragantino entra em campo novamente no dia 1º de setembro (domingo), contra o Bahia, no Estádio Nabi Abi Chedid, também pela 25ª rodada do Brasileirão.
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