Radharani Domingos, aos 43 anos, uma designer de interiores, dá sinais de melhora em sua visão após ter sido intoxicada por metanol em uma bebida consumida em um bar de São Paulo. Depois de 15 dias em coma, ela tem conseguido enxergar de forma limitada.
O incidente ocorreu em um estabelecimento nos Jardins, na Zona Oeste de São Paulo, onde a bebida servida estava contaminada com metanol. Graças a um tratamento intensivo realizado por um neuro-oftalmologista,parte de sua capacidade visual,que havia sido severamente comprometida,está sendo recuperada.
A história de Radharani inspira esperança não apenas para ela, mas também para outros que sofrem com casos semelhantes. Até o dia 29 de outubro, foram registrados 59 casos de intoxicação por metanol e 7 mortes em 5 estados e no Distrito Federal.
Processo de Recuperação da Visão
Em um depoimento à TV Globo,Radharani comentou sobre a lentidão,mas também a continuidade de sua recuperação. Embora ainda perceba uma ”neblina” em sua visão,ela já consegue identificar formas e cores diferentes.
“Vejo uma espécie de neblina, mas com cada dia que passa percebo melhorias. Consigo perceber objetos, como o sofá, e suas cores distintas. É uma sensação imensa de alívio”, declarou.
Profissionais da saúde continuam a monitorar sua recuperação, apreciando os avanços positivos, mesmo sem previsão de recuperação plena. Intoxicações severas por metanol costumam resultar em sequelas duradouras.
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Laudos médicos revelaram que o nível de metanol no corpo de Radharani era quatro vezes superior ao necessário para causar coma ou morte. A taxa urinária constatada foi de 415,90 mg/l, que excede os limites de segurança recomendados.
Especialistas indicam que concentrações acima de 100 a 150 mg/l já podem resultar em danos cerebrais e falência de órgãos.
O metanol, utilizado principalmente em indústrias e encontrado em solventes e produtos de limpeza, transforma-se em substâncias tóxicas no fígado, podendo levar a cegueira, falência renal e até ao óbito.
Clamor por Justiça e Melhores Fiscalizações
Apesar da recuperação, Radharani expressou sua preocupação com a lentidão na investigação do caso. Ela solicita maior rigor das autoridades e responsabilidade dos estabelecimentos que comercializam bebidas.
“Não é aceitável que ao sair para tomar uma caipirinha, quase se perca a vida. É fundamental que as pessoas entendam que o local onde se consome deve zelar pela segurança dos consumidores e as autoridades precisam exercer uma fiscalização eficaz”,afirmou.
Ela ressaltou que essa experiência deve servir como um alerta e espera respostas concretas sobre a apuração. as autoridades continuam investigando a proveniência das bebidas adulteradas que causaram a intoxicação.
Mulher que teve visão afetada por metanol relata recuperação gradual – Foto: G1 Confira o link original do post





