Motivados pela crise imigratória sem fim na fronteira com o México, os republicanos se negam a votar em qualquer projeto de reforma de imigração proposto por Joe Biden e a questão toma ares cada vez dramáticos.
Os republicanos responsabilizam diretamente Joe Biden por ter encerrado a política de tolerância zero implementada por Donald Trump a partir de 2017, e que segundo eles deu algum resultado, ainda que milhares de famílias tivessem sido separadas, numa das maiores crises imigratórias de todos os tempos.
Nunca se prendeu tantos imigrantes na fronteira como atualmente e a estridência republicana aponta o dedo diretamente a Biden. Para que uma reforma de imigração avance no Senado são necessários 60 votos e têm de contar entre dez a 12 votos republicanos para que o Bill Reconciliation avance, o que é rejeitado diariamente, paralisando qualquer ação democrata. Há ainda o agravante de que dois senadores democratas não garantem que votam na medida proposta.
Mas para aprovar a reforma de imigração, os democratas tentam incluir no orçamento para o ano fiscal de 2022, o Bill Reconciliation, onde precisariam de 51 votos, mas para isto teriam de ter a concordância da parlamentar do Senado Elizabeth MacDonough, que já recusou dar seguimento aos planos A e B propostos.
Um terceiro plano, o C, está em vias de ser apresentado, sem que cause muito entusiasmo e portanto, gera uma perspectiva sombria de que qualquer reforma de imigração seja aprovada.
Logo, a alternativa que resta a Joe Biden é desmontar uma a uma as ações de Trump contra a imigração, e fazer com que haja condições de que o devido respeito ao processo imigratório na fronteira seja novamente respeitado.
Trump assinou mais de 400 ordens executivas e memorandos internos que mudaram a política de imigração, muitos deles sem o devido trâmite legal que seria a aprovacão do Congresso, sendo que diversas destas medidas foram questionadas judicialmente. Ou seja, Trump agiu de forma arbitrária e irregular, o que fez para impor a sua política de tolerância zero contra a imigração ilegal. Uma das atitudes de Biden foi tirar o poder discricionário dos agentes de imigração, fazendo com que somente detenham e deportem imigrantes que tenham antecedentes criminais graves, além de definir uma lista de lugares onde os agentes podem agir.
Na sexta-feira, 29, o secretário do Department of Homeland Security (DHS) anunciou o cancelamento definitivo do Migrant Protection Protocols (MPP) criado por Trump em 2018, anulado por Biden em fevereiro e que havia sido restaurado por um juiz federal. Enquanto os republicanos negam votar uma reforma imigratória abrangente, resta a Biden desmontar via ordens executivas uma a uma as políticas de tolerância zero do governo anterior.
Confira o link original do post
Todas as imagens são de autoria e responsabilidade do link acima. Acesse para mais detalhes