Uma operação da Polícia Federal do Brasil realizada na quinta-feira, 2, cumpriu 13 mandatos de prisão temporária e outros 21 mandatos de busca e apreensão, relacionados ao inquérito que investiga o contrabando de pessoas de Bangladesh para os Estados Unidos, cuja rota passa pelo Brasil, com a utilização fraudulenta do instituto humanitário do refúgio. As prisões incluíram libaneses, cidadãos de Bangladesh e brasileiros sob acusações federais brasileiras de contrabando de pessoas e operação de uma empresa criminosa. A organização de contrabando de pessoas é acusada de ser responsável pelo contrabando ilícito de dezenas de indivíduos de Bangladesh e outros países do sul da Ásia para o Brasil e, em última instância, com destino aos Estados Unidos. A cooperação policial internacional permitiu identificar vítimas do grupo investigado que foram presas ao tentarem ingressar ilegalmente em território norte-americano, bem como remessas de valores entre Brasil, Estados Unidos e países das rotas mais comuns do contrabando de migrantes.
A Operação Blood Ties – Laços de Sangue aconteceu em São Paulo, Santos e Salto – todas no Estado de São Paulo e Uberlândia em Minas Gerais e teve a cooperação do US Homeland Security Investigations (HSI) e da Embaixada dos Estados Unidos.
A investigação, iniciada a partir de Relatório de Inteligência Financeira do COAF, tem como foco os responsáveis pela solicitação de refúgio antes mesmo do ingresso dos migrantes em território nacional, além dos responsáveis pela logística relacionada ao transporte de Bangladesh para o Brasil, alojamento temporário, regularização da situação migratória e transporte para a fronteira com outros países da rota do contrabando de migrantes.
O nome da operação está relacionado ao vínculo entre os migrantes contrabandeados e seus parentes que permaneceram em Bangladesh e ficam responsáveis por honrar o pagamento devido ao contrabandista. Também remete à prática, por parte de alguns investigados, da simulação de casamentos e uniões estáveis com o objetivo de viabilizar a obtenção de autorização de residência de estrangeiros no Brasil.
As autoridades norte-americanas auxiliaram a PF por meio da coordenação liderada pela adidância da HSI da Embaixada dos EUA em Brasília e o programa Extraterritorial Criminal Travel Strike Force (ECT) – uma parceria entre o Departamento de Justiça, a Seção de Direitos Humanos da Divisão Criminal (HRSP) e a HSI. O programa ECT concentra-se em redes de contrabando humano que representam riscos à segurança nacional e pública, além de sérias questões humanitárias. O ECT tem dedicado recursos de investigação, inteligência e persecução penal para combater essa ameaça. O programa coordena e recebe assistência de outras agências do governo dos EUA e autoridades estrangeiras de aplicação da lei.
A HSI é uma divisão do ICE e o principal braço investigativo do Departamento de Segurança Interna dos EUA (DHS), responsável pela investigação de crimes e ameaças transnacionais.
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