Autoridades dos Estados Unidos e do México concordaram com um plano para conter o número crescente de venezuelanos que cruzam sua fronteira compartilhada; Agora, será permitido que os Estados Unidos deportem venezuelanos para o México, ao mesmo tempo em que concede acesso humanitário a milhares deles por via aérea.
O mais recente esquema para conter a imigração ilegal na fronteira EUA-México foi anunciado na quarta-feira (12), menos de um mês antes das eleições de meio de mandato nos Estados Unidos, que ameaçam privar o presidente democrata Joe Biden do controle de seu partido no Congresso. A partir de 12 de outubro, as autoridades dos EUA começarão a gerenciar o acesso de 24 mil imigrantes venezuelanos por via aérea, disseram os dois governos em comunicado.
“Essas ações deixam claro que existe uma maneira legal e ordenada para os venezuelanos entrarem nos Estados Unidos, e a entrada legal é a única maneira”, afirmou o secretário de Segurança Interna dos EUA, Alejandro Mayorkas. “Aqueles que tentarem cruzar a fronteira sul dos Estados Unidos ilegalmente serão devolvidos ao México e não poderão participar desse processo no futuro”, continuou. Biden tem lutado politicamente para lidar com detenções recordes de migrantes na fronteira sudoeste dos EUA, um fenômeno alimentado por um aumento de pessoas vindas da Venezuela, bem como de Cuba e da Nicarágua. Seus adversários republicanos, que buscam ganhar o controle do Congresso nas eleições de 8 de novembro, criticaram o que consideram o fracasso de Biden em proteger a fronteira.
O plano EUA-México será baseado no programa “Unindo pela Ucrânia”, disseram os dois governos. Sob esse programa, após a invasão da Ucrânia pela Rússia em 24 de fevereiro, os ucranianos poderiam entrar nos Estados Unidos garantindo um patrocinador e solicitando de fora do país. O prazo para as admissões de venezuelanos não era claro e, em uma ligação com repórteres, as autoridades dos EUA não explicaram como chegaram ao número de 24 mil. Enquanto isso, o México revelou que, para lidar com o aumento dos fluxos, permitiria “temporariamente” que alguns cidadãos venezuelanos entrassem no México pela fronteira com os EUA, sem especificar um número. Mais de 150 mil venezuelanos foram pegos na fronteira EUA-México entre outubro de 2021 e agosto de 2022, segundo dados do governo dos EUA. Isso se compara a quase 48 mil venezuelanos detidos na fronteira EUA-México no ano fiscal de 2021.
Autoridades mexicanas argumentam que as sanções econômicas contra o governo do líder venezuelano Nicolás Maduro estão alimentando a imigração ilegal e devem ser aliviadas. Os Estados Unidos já estavam deportando centenas de venezuelanos para o México antes que o plano fosse anunciado, disse uma autoridade mexicana. As estatísticas dos EUA mostram 453 deportações venezuelanas em agosto, os dados mais recentes disponíveis publicamente. Para se qualificar para o novo programa de entrada, uma pessoa ou organização sediada nos Estados Unidos deve apoiar a solicitação do candidato e entrar no território do país por via aérea. Aqueles que desejam se inscrever não devem ir para a fronteira EUA-México, explicou o governo do México. Os venezuelanos que entrarem ilegalmente no México ou no Panamá a partir de 12 de outubro não serão elegíveis para o programa, informaram autoridades dos EUA. A pedido do México, os Estados Unidos fornecerão mais 65 mil vistos temporários a imigrantes para trabalhos não agrícolas, segundo o governo mexicano. Desses vistos, 20 mil serão concedidos a centro-americanos e haitianos.
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