
Em um estudo de fase 1,pesquisadores observaram que o lenacapavir permanece na corrente sanguínea por mais de um ano,mantendo concentrações adequadas para evitar a infecção. A pesquisa ganhou destaque na Conferência sobre Retrovírus e Infecções Oportunistas (CROI), um evento renomado no campo do HIV/aids que ocorreu em San Francisco, EUA.
Entendendo o lenacapavir
O lenacapavir é classificado como um antiviral PrEP (Profilaxia Pré-Exposição), projetado especificamente para a prevenção do HIV. Anteriormente testado com aplicações semestrais, a nova formulação sugere que a administração anual é viável. Durante a pesquisa, 40 voluntários receberam uma dose de 5 gramas e os cientistas monitoraram a eficácia do medicamento ao longo de 56 semanas, confirmando que ele se mantinha em níveis eficazes no organismo.
Os efeitos adversos foram considerados leves,com a maioria dos participantes relatando desconforto na área da injeção,que geralmente se resolve em poucos dias.
Perspectivas para a prevenção do HIV
Um dos principais desafios na luta contra o HIV é a adesão contínua aos tratamentos disponíveis. Apesar da popularidade das opções eficazes, como a PrEP oral diária, apenas 3,5 milhões das 21,2 milhões de pessoas em risco estavam em tratamento em 2023.A introdução de uma injeção anual poderia facilitar o acesso à prevenção, diminuindo o número de novas infecções.O farmacólogo Vamshi Jogiraju, líder do estudo, afirmou que “uma PrEP de longa duração pode melhorar a adesão, especialmente em áreas com acesso limitado a serviços de saúde”.
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Concorrência no setor farmacêutico
A Gilead não está sozinha na busca por inovações nesse segmento. O cabotegravir, desenvolvido pela GSK em colaboração com a viiv Healthcare, já foi aprovado em várias nações, incluindo o Brasil, para aplicações bimestrais de prep. No Brasil, a liberação do lenacapavir para uso semestral ainda aguarda a aprovação da anvisa, e sua inclusão no Sistema Único de Saúde (SUS) não é imediata.
Nesse ínterim, o governo está em negociações com a GSK para a disponibilização gratuita do cabotegravir a populações específicas, como trabalhadores do sexo.Desafios financeiros à vista
Um dos principais obstáculos para a distribuição em larga escala desses tratamentos é o custo. O lenacapavir é comercializado por mais de US$ 40 mil ao ano, o que representa um grande desafio para sua inclusão em sistemas de saúde pública.no entanto, especialistas acreditam que a produção em massa, juntamente com políticas de saúde mais inclusivas para países em desenvolvimento, podem tornar o tratamento mais acessível.Ainda assim, o consenso entre os profissionais de saúde é que o investimento vale a pena, considerando que a prevenção de infecções pode levar a economias significativas nos gastos com tratamento a longo prazo.
Conforme destacou Vamshi, a introdução de uma PrEP anual pode revolucionar a prevenção do HIV, tornando o tratamento mais prático e ampliando seu acesso. “Uma PrEP com ação prolongada tem o potencial de melhorar tanto a adesão quanto a continuidade do tratamento,especialmente em contextos onde o acesso aos cuidados de saúde é limitado”,afirmaram.
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