O dólar despencou frente ao real no último dia de pregão a R$5,57 já que no dia anterior (quarta, dia 29) havia fechado a R$5,59. Em relação ao ano, o dólar subiu 7% contra o real. No geral, para 2022 muitas incertezas à medida que a corrida eleitoral brasileira se aproxima e o banco central norte-americano se prepara para elevar os juros.
O dólar à vista fechou o dia em queda de 2,11%, a 5,5735 reais na venda, sua perda diária mais acentuada desde 24 de agosto (-2,25%), o que investidores atribuíram a dados fiscais melhores do que o esperado e à sanção do projeto de lei de modernização da regulação cambial pelo presidente Jair Bolsonaro, em meio ainda a volumes reduzidos de negociação.
O maior desafio para o real em 2022 será, localmente, a credibilidade fiscal e as incertezas advindas do cenário político com eleições presidenciais. As incertezas do cenário político-fiscal foram as responsáveis pela alta de 13,6% do dólar em relação à mínima deste ano, de 4,9062 reais, atingida no final de julho, ofuscando o apoio ao real oferecido pelo ciclo de aperto monetário do Banco Central, iniciado em março passado.
Se especula que a inflação elevada e o enfraquecimento do regime fiscal podem obrigar o Banco Central (BC) a puxar a taxa básica de juros acima de neutro durante todo o ano de 2022. Se, a princípio, os juros mais altos poderiam levar a conter a moeda, por outro lado, inibem o crescimento. Claro, existe a influência da política monetária do Fed americano e o que se pode esperar dos juros a ser implementado nos EUA.
Na segunda do dia 20 de dezembro a moeda americana bateu R$5,79, na terceira mais alta cotação do ano de 2021, sendo que a partir de terça (21) caiu consecutivamente até quinta (23) – na sexta (24) não houve pregão, e na segunda (27) ficou em R$5,63. Nessa quinta (30) será o último dia de pregão do ano já que na sexta (31) não haverá pregão.
O dólar começou o ano de 2021 com cotação de R$5,21, no dia 9 de março chegou a maior cotação até então batendo R$5,84, e no dia 29 de março bateu R$5,77 (segunda maior cotação do ano). E em meados da última semana de junho bateu a menor cotação do ano cotado a menos de R$4,90.
O Bank of America calculou que o dólar chegaria a 5,80 reais ao fim de setembro e 5,70 reais antes de fechar o ano de 2021. Em meados de novembro fizemos o nosso prognóstico e vocês podem ler aqui. Seja como for, o fato é que a variante Ômicron segue preocupando os mercados e o dólar segue apoiado pela perspectiva de aperto monetário pelo Fed em 2023, com maior preocupação recente sobre a trajetória da inflação.
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