Investigados pela Polícia Federal, criminosos responsáveis por levar brasileiros de forma ilegal para os Estados Unidos faziam recomendações para os imigrantes. As mulheres eram orientadas a evitar roupas coloridas e usar “blazer bem bonito” para não chamar a atenção das autoridades americanas. Os homem também eram aconselhados a viajar com roupa social.
O grupo foi alvo da Operação Cristo Rey, deflagrada pela PF nesta sexta-feira (4/2). Mandados de busca e apreensão são cumpridos no Espírito Santo e em Minas Gerais. O principal investigado teve de entregar o passaporte aos policiais. Também foi arbitrada fiança no valor de 50 salários mínimos.
As apurações tiveram início no ano passado. À época, a PF recebeu a notícia de que haveria uma agência de viagens, no município de Barra de São Francisco (ES), atuando como intermediária entre interessados em imigrar para os Estados Unidos. Também existiriam “coiotes”, que atravessariam ilegalmente essas pessoas na fronteira do México.
O preço cobrado pelo trabalho giraria em torno de US$ 25 mil, cerca de R$ 132 mil.
Os valores cobririam todo o processo de movimentação migratória, incluindo a confecção e retirada de passaporte em São Paulo, passagens com embarque a partir daquela cidade e chegada aos Estados Unidos “sem sobressaltos alfandegários”.
Segundo a PF, os “contratos” celebrados entre a agência de turismo e os interessados traziam os símbolos da Polícia Federal. No curso da apuração preliminar, houve cooperação dos policiais capixabas com o Oficialato de Ligação da PF em El Paso, no Texas, com a unidade de inteligência da US Border Patrol, além da Adidância da PF em Washington.
Os investigadores ressaltam que foram realizadas várias diligências, incluindo a coleta de dados de interesse para a investigação, tais como valores cobrados, pessoas envolvidas no exterior, locais de embarque e permanência de migrantes e estratégias para a entrada ilegal no país norte-americano.
Chamou a atenção dos policiais a existência de advogados americanos contratados para atuar nos processos dos migrantes eventualmente detidos e das possibilidades de manipulação das regras migratórias americanas.
O nome da operação é uma alusão ao monte Cristo Rey, que interrompe o curso do muro que separa os Estados Unidos do México na cidade fronteiriça de El Paso, Texas.
A área é de propriedade da Igreja Católica, que não permitiu que o muro fosse instalado sobre o local. Em razão disso, o lugar é muito explorado pelos “coiotes” que operam no deserto.
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