Imigrantes do mundo inteiro se entregam às patrulhas de fronteiras americanas na esperança de conseguir permissão para ficar nos Estados Unidos. Como é o caso do casal de Minas Gerais Marcos Gomes de Lima e Alciene Nicole, que viajaram em busca de novas oportunidades.
Para a travessia, eles contrataram os serviços de um coiote. O casal conta que precisou investir R$ 100 mil para conseguir cruzar a fronteira do México. A história deles é uma das que o Profissão Repórter contou nesta terça-feira (19), no programa sobre crise migratória.
“Demos R$ 30 mil de entrada e mil dólares por mês. Nós pedimos dinheiro emprestado para nossos amigos, que estão nos Estados Unidos. Fizemos algumas economias. Não sei se vale isso tudo, mas vamos ver agora. Tem muita gente que fala que vale”, conta Marcos.
Com os dois filhos, eles se entregaram para a polícia de imigração americana depois de cruzar a fronteira com o México. Eles passaram dois dias detidos em San Diego, no estado da Califórnia, e foram liberados com a condição de usar tornozeleira eletrônica.
“Nunca tinha entrado em uma delegacia antes. Nós chegamos exatamente na hora que tinham uns policiais, nós sabíamos que eles estariam lá. Tinha um guia junto a gente que sabia o horário certo”, conta Marcos.
Marcos e Alciene vão aguardar o processo de imigração morando na casa de um amigo. Marcos é padeiro e, durante a pandemia do novo coronavírus, perdeu o emprego, onde ganhava R$ 2,5 mil. Nos Estados Unidos, a meta é trabalhar e economizar bastante.
“Pelo o que meu colega falou, vou ganhar 23 dólares por hora. No Brasil eu ganhava R$ 60 por dia. Se eu tivesse ganhando o dinheiro que eu ganhava, não tinha vindo para cá”, relembra.
Da Califórnia, eles viajam para Nova York rumo à nova vida. E já sonham com um futuro melhor e com mais oportunidades.
“O primeiro dinheiro que eu ganhar vou mandar para a minha família. Vou ajudar minhas irmãs, eu tenho sete. Meu maior sonho é ajudar a minha família e as outras pessoas”, conta Alciene.
Os repórteres Caco Barcellos e Nathalia Tavolieri percorrem as rotas preferidas de brasileiros que pagam mais de R$ 100 mil para que coiotes os ajudem a chegar ao deserto dos estados situados na região Sul dos Estados Unidos, sem passar por postos oficiais das autoridades da imigração.
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