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Brasileiros indocumentados não encontram onde morar e vivem de doações nos EUA

Depois de atravessar o México para entrar nos Estados Unidos, a vida dos imigrantes brasileiros sem documentos não fica mais fácil. Para além da fronteira Sul, onde são comuns desaparecimentos, sequestros e mortes —  como a da enfermeira rondoniense Lenilda dos Santos, que morreu de fome e sede ao ser abandonada no deserto — imigrantes…
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Depois de atravessar o México para entrar nos Estados Unidos, a vida dos imigrantes brasileiros sem documentos não fica mais fácil. Para além da fronteira Sul, onde são comuns desaparecimentos, sequestros e mortes —  como a da enfermeira rondoniense Lenilda dos Santos, que morreu de fome e sede ao ser abandonada no deserto — imigrantes enfrentam aluguéis caríssimos e muitos dependem de doações para comer, tratar doenças e se vestir. A maioria está em família (as unidades familiares representam 77% dos detidos), acompanhados de crianças de poucos meses ou anos. 

O aumento do fluxo migratório surge como consequência da piora da situação econômica do Brasil, onde ao menos 19 milhões de pessoas passam fome e 14 milhões estão desempregadas. “Eles vêm pra cá buscando a esperança, acreditando que aqui vai ser diferente, e não é”, explica Heloísa Galvão, cofundadora do Grupo Mulher Brasileira, que atua há 26 anos na assistência aos migrantes.

Em 2020, dados do Ministério das Relações Exteriores (MRE) apontam que 600 mil pessoas saíram do país, o que significa um aumento de 16% na emigração, no comparativo com 2018, um indicativo da desesperança da população. Hoje são quase 4 milhões e 200 mil brasileiros residindo fora, dos quais 42% (1.775.000) estão nos EUA, país que abriga a maior comunidade brasileira. Com o aumento do fluxo, o governo de Joe Biden pediu para triplicar o número de deportações. Apenas no ano fiscal de 2021 (que vai de outubro de 2020 a setembro de 2021), mais de 57 mil brasileiros foram detidos na fronteira, número maior que a soma dos 14 anos anteriores.

Brasileiros indocumentados não encontram onde morar e vivem de doações nos EUA

Alice*, mineira de 21 anos que entrou nos Estados Unidos pela fronteira em abril com seu então marido e sua filha de cinco anos, aponta que a situação está ficando cada vez mais difícil: “Todo dia chega muita gente, aqui não acha quarto pra alugar, muito menos casa, tendeu? Não tem”.  Quando migrou “‘tava bom de serviço”, mas “agora está muito difícil pra quem está chegando”, diz Alice. Ela conta que esperou um mês para conseguir matricular a filha na escola, já que não havia vagas suficientes na cidade de Danbury em Connecticut, destino comum aos brasileiros. Relatos em grupos no Facebook, criados pelos migrantes para ajudar a comunidade brasileira, contam histórias semelhantes: “Cheguei na cidade de New Jersey pontem (sic), preciso de ajuda com serviço fixo, quem estiver precisando pode entrar [em] contato [por] direct. Queria pedir também a ajuda de vocês para doações, o que puderem, pois eu meu marido e minha filha de 4 anos não temos nada ainda”, escreveu uma usuária no início de setembro no grupo Ajuda Comunitária Newark NJ e Regiao. “Temos alguns brinquedos”, respondeu um homem nos comentários.

“Minha irmã está acabando de chegar do Brasil ela chega com 2 filhos, uma menina de 5 anos e um menino de 10 anos”, escreveu participante do Ajuda Comunitária Newark em oito de setembro. “Aceitamos qualquer ajuda. Alimentos, roupas e preciso urgente de colchão pra eles dormirem”, concluiu. No mesmo grupo, uma brasileira pediu a doação de uma bombinha para o tratamento de asma: “Peço de coração a alguém que tenha uma bombinha de ar (mesmo usada) é que a minha acabou e eu preciso muito, desculpe eu pedi mais (sic) é que eu preciso muito mesmo e não tenho dinheiro para comprar pois é muito caro, tem horas que penso que vou morrer de tanto que me falta o ar”.  // Fonte: Site Publica.org

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