Lenilda Oliveira dos Santos, brasileira de 49 anos que morreu na travessia para os Estados Unidos, finalizou a graduação em Enfermagem à distância, enquanto estava no México, para atravessar a fronteira.
Moradora de Vale do Paraíso, em Rondônia, ela entregou o trabalho de conclusão de curso antes de viajar e deixou uma procuração para suas duas filhas para que buscassem seu diploma, conta uma delas, Genifer dos Santos, que está grávida de cinco meses. A notícia da aprovação chegou enquanto Lenilda estava no México, diz a filha.
Lenilda, que trabalhava como técnica de enfermagem em dois hospitais, tentou atravessar a fronteira para os EUA ilegalmente com um grupo de amigos, mas foi abandonada no caminho e provavelmente morreu de sede e fome.
Seu corpo foi encontrado pela polícia americana em uma área de deserto ao sul da cidade de Deming, no Novo México, nos EUA, no último dia 15 de setembro.
Uma das filhas da profissional de saúde fez uma vaquinha on-line para que consigam arcar com as despesas do traslado e do enterro. O corpo de Lenilda foi liberado na última quinta-feira pelo Office of the Medical Investigator (órgão equivalente ao Instituto Médico Legal, no Brasil) da cidade de Albuquerque, nos EUA.
A rota percorrida por Lenilda é uma das muitas cada vez mais exploradas por criminosos, que agem como milícias, à medida que a crise brasileira volta a fazer reluzir a ideia do “sonho americano”. Como ela, somente este ano, 47.484 brasileiros foram detidos tentando fazer o trajeto, segundo o Homeland Security, o Departamento de Segurança Interna dos Estados Unidos. Um aumento de 400% em relação ao ano passado, quando 9.147 foram capturados. Em agosto, 9.231 foram flagrados, mais do que em todo o ano de 2020.
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