Em um dos momentos mais emblemáticos do terror vivido, um indígena da etnia Krenak foi amarrado em pau-de-arara durante um desfile da ditadura (foto abaixo). Esta semana, a Comissão de Anistia do Ministério dos Direitos Humanos formalizou a anistia aos indígenas Krenak, do leste de Minas Gerais, e aos Guarani Kaiowá, no território do Mato Grosso do Sul.
“Peço permissão para me ajoelhar com a sua bênção. Em nome do Estado brasileiro, eu quero pedir perdão por todo sofrimento que seu povo passou. A senhora, como liderança matriarcal dos Krenak, por favor, leve o respeito, nossas homenagens e um sincero pedido de desculpas para que isso nunca mais aconteça”, disse Eneá de Stutz e Almeida, presidente da comissão,
Foi um dia histórico para a população indígena no país.
O julgamento foi realizado em Brasília na última terça-feira, com a presença de lideranças da causa e ativistas sociais.
O colegiado da casa aceitou os pedidos de reparação, que haviam sido negados pelo governo anterior.
Agora, a comissão vai encaminhar para os órgãos dos Três Poderes novas recomendações, que incluem a demarcação de terras.
Reivindicações na cerimônia
Durante a cerimônia, o cacique Tito Vilhalva, ancião Guarani Kaiowá, cobrou do governo federal um avanço na demarcação das terras indígenas no país.
Já a liderança e matriarca dos Krenak, Djanira Krenak, lembrou toda a perseguição que os indígenas sofreram.
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Há registros históricos de tortura física e psicológica e prisões indevidas feitas durante a ditadura militar dos anos 1970.
Nas ações que pediam a reparação coletiva, os procuradores detalham todo o cenário, que levou os indígenas a períodos de fome e morte.
Apesar de não gerar nenhum ressarcimento financeiro para os povos, o pedido é um avanço para a comunidade.
Ações como a retificação de documentos e a inclusão no Sistema Único de Saúde (SUS), ficam mais fáceis.
Durante um desfile da ditadura militar, um Indígena Krenak foi amarrado e exibido. Foto: MPF.
Enéa de Stutz e Almeida pediu perdão ajoelhada. Foto: Comissão de Anistia.
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