Afinal, o anúncio dos Estados Unidos para liberar 50 milhões de barris da reserva estratégica de petróleo do país para reduzir o preço dos combustíveis pode impactar diretamente o preço do combustível no Brasil?
De acordo com o diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura, Adriano Pires, à CNN Brasil, a resposta é sim. Em entrevista à CNN Rádio nesta quarta-feira (24), ele explicou que os EUA buscam controlar o preço do barril do petróleo. O mundo inteiro sofre com crise de oferta do petróleo causada pela pandemia.“
“Essa medida americana vai tentar parar a escalada de preços no mercado internacional, que também teve a subida do gás natural, vamos torcer que freie o aumento, que poderia levar o barril a chegar, no inverno do hemisfério norte, a US$ 100”, disse.
Segundo Adriano Pires, uma vez que o aumento da oferta estanque os preços, a queda nos valores aqui no Brasil “pode ocorrer de imediato”: “A política da Petrobras acompanha o mercado internacional, se cair o preço do barril, pode ter redução da gasolina, diesel e botijão de gás.”
O especialista, no entanto, fez uma ressalva: “Mesmo assim, o real não pode continuar depreciando em relação ao dólar, se continuar, mesmo o barril caindo, no mercado interno, o impacto não vai ser tão grande.” Pires ainda reforçou que a medida dos Estados Unidos – que são os maiores produtores e consumidores de petróleo do mundo – “contraria os exportadores de óleo.”
“A OPEP vem controlando a oferta, tem reuniões frequentes, o mercado espera a cota, se vão colocar pouco petróleo. A atitude dos EUA contraria a OPEP”, completou.
Não vai reduzir no BR
Contrário à ideia de que vai impactar na redução no Brasil, para José Paulo Kupfer, economista e colunista do portal UOL, para o Brasil, onde valores finais nas bombas seguem as cotações internacionais, convertidos pela taxa de câmbio do dólar ante o real, o efeito direto tende a ser ainda menos expressivo.
“Uma eventual redução nas cotações internacionais em razão do movimento coordenado por EUA e China sobre os produtores tende a ser compensada pela atual pressão altista sobre a taxa de câmbio. Trata-se, resumindo, de uma ação mais política do que efetivamente de contenção de preços. No caso dos Estados Unidos, é ação política para dois públicos-alvo
O preço do combustível subiu 46% entre os meses de outubro de 2020 e outubro de 2021. A média de venda no país saltou de R$ 4,358 para R$ 6,341 por litro. Os dados foram obtidos pela Fiquem Sabendo no site da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
As maiores variações estão na Bahia (57%), Piauí (56%), Espírito Santo (55%) e Amazonas (55%). Acesse aqui o levantamento utilizado pela Fiquem Sabendo. A ANP realiza um acompanhamento dos preços praticados por revendedores de combustíveis automotivos e de gás por meio de uma pesquisa semanal de preços. Fonte: Portal IG e CNN.
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