Um estudo inédito, publicado na revista científica Science, mostra que depois de 12 semanas as mulheres com queixas constantes apresentaram melhoras e menos dores.
O medicamento, usado no tratamento de malária, pela medicina chinesa antiga, apresentou resultados positivos para a síndrome dos ovários policísticos (SOP) porque bloqueia uma enzima, chamada CYP11A1, que é crucial para a produção de testosterona – nos ovários – e causa o problema.
O estudo sugere que a artemisinina, presente na planta medicinal, bloqueia a enzima CYP11A1, que produz testosterona nos ovários. Em experiências com camundongos e ratos, que apresentavam diagnóstico de ovário policístico, os cientistas verificaram que o uso do medicamento reduziu a testosterona e restaurou a fertilidade.
Em pacientes, o ovário policístico, cuja sigla é SOP, interrompe o ciclo de ovulação, que normalmente envolve folículos no ovário amadurecendo em uma esteira rolante, com um folículo selecionado a cada mês para amadurecer completamente e liberar um óvulo.
No ovário policístico, os folículos são hiperativos, o que significa que muitos folículos pequenos estão amadurecendo ao mesmo tempo.
Testes com mulheres
Em um teste com 19 mulheres com ovário policístico, que receberam artemisinina por 12 semanas, houve redução nos níveis hormonais. A ultrassonografia mostrou uma redução na atividade do folículo e períodos regulares foram restaurados em 12 das participantes (63%), sem efeitos colaterais negativos relatados.
O professor Qi-qun Tang, que liderou a pesquisa na Universidade Fudan em Xangai, disse: “Com base em nossas descobertas, as artemisininas são candidatas promissoras para o tratamento da SOP porque inibem fortemente a síntese de andrógenos ovarianos, reduzem os folículos imaturos e melhoram o ciclo [menstrual].”
Porém, o estudo indica que é necessário fazer mais testes para avaliar riscos de tomar o medicamento por um período prolongado.
Também será avaliado se o medicamento restaura a fertilidade.
Os cientistas querem verificar os efeitos sobre o uso do medicamento supressor de hormônios na gravidez.
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A planta medicinal artemisinina demonstrou impedir que os ovários produzissem muita testosterona. E o ovário policístico ocorre justamente quando os ovários produzem muita testosterona.
O desequilíbrio hormonal interfere na ovulação, o que pode levar a períodos irregulares e afetar a fertilidade.
Há, ainda, mais efeitos sobre a saúde, como em casos mais graves, resistência à insulina, o que aumenta o risco de obesidade, doenças cardíacas e diabetes.
Níveis mais altos de testosterona também podem causar excesso de pelos faciais e acne.
“É uma doença que afeta todo o corpo. Você tem mais probabilidade de ter obesidade, doença cardíaca, muito cabelo, acne, bem como períodos irregulares e problemas de fertilidade”, afirmou Channa Jayasena, palestrante clínica sênior no Imperial College London, que não estava envolvida na pesquisa.
Os tratamentos atuais incluem a pílula anticoncepcional, que inibem a produção de testosterona.
Medicamentos para fertilidade ou cirurgia também podem ajudar a estimular a ovulação para mulheres, que têm ovário policístico, e não conseguem engravidar.
Mas esses tratamentos não são totalmente eficazes nem adequados a todas as mulheres, de acordo com reportagem do The Guardian.
Um tratamento alternativo, bastante usado pelos chineses, apresenta eficácia quando aplicado para ovário policístico, e o melhor é feito com planta medicinal. Foto: Freepik
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