O sonho se tornou realidade. O Atlético Mineiro voltou a conquistar o título de campeão brasileiro depois de 50 anos de espera.
O Galo foi o primeiro campeão depois de o Campeonato Brasileiro ter passado a ser disputado reunindo as principais equipes do país. O time de Dario, Lôla, Grapette, Vantuir, Humberto Monteiro e outros tornou-se lendário. Gerações de torcedores do Galo apenas sabiam dos feitos destes craques pelos relatos dos mais antigos.
Entretanto nesta quinta-feira, 02 de dezembro, os atleticanos voltaram a sorrir. A vitória do Atlético-MG por 3 a 2 sobre o Bahia em Salvador sacramentou aquilo que todos já sabiam: o Galo é o novo campeão brasileiro. E o título veio de forma dramática. Depois de um insosso 0 a 0 na etapa inicial, o Bahia voltou com tudo para o segundo tempo e abriu 2 a 0 em apenas cinco minutos, com gols de Luiz Otávio e Gilberto.
A reação do Atlético-MG não se fez esperar. Após Sasha ter sofrido pênalti, Hulk (artilheiro do campeonato com 18 gols) cobrou com perfeição para diminuir o placar. Depois, dois gols de Keno decretaram a vitória atleticana sobre o Esquadrão de Aço e a conquista do campeonato!
Agora, é o momento de os torcedores celebrarem. Merecidamente. Afinal, foi a equipe mais regular do Brasileirão. Já o Bahia precisa de seis pontos nos dois últimos jogos para escapar do rebaixamento para a Série B.
Os ricos do futebol brasileiro
A temporada de 2021 ficou marcada pelo destaque de três grandes equipes que se destacaram no futebol brasileiro: Atlético Mineiro, Flamengo e Palmeiras. Não à toa eles fecharam o Campeonato Brasileiro nas três primeiras colocações, restando aos demais times ser meros participantes.
Flamengo e Palmeiras já vêm dominando o futebol brasileiro nos últimos tempos e neste ano ganharam a companhia do Atlético-MG, cujos investimentos transformaram o time de Belo Horizonte em um concorrente de peso. Para culminar, será inaugurada no próximo ano a Arena MRV, a nova casa do Galo, uma arena construída pela MRV Construtora, responsável pelo forte investimento no futebol do clube.
O Flamengo, dono da maior torcida do Brasil, fez seu dever de casa na administração de Eduardo Bandeira de Melo. Ele e sua equipe pegaram o clube em um caos financeiro e com austeridade sanearam as dívidas e entregaram o Rubro-Negro carioca ao sucessor Rodolfo Landim (que deve ser reeleito neste sábado, 4 de dezembro), que colheu os frutos do bom trabalho do antecessor. Hoje, o Mais Querido figura entre os clubes mais ricos do Brasil, possui a maior folha de pagamento do futebol brasileiro e coleciona títulos. Nos últimos três anos o Flamengo foi campeão da Taça Libertadores da América (2019), bicampeão do Brasileirão (2019 e 2020), campeão da Recopa (2020), da Supercopa (2020 e 2021) e tricampeão carioca (2019, 2020 e 2021). No total, são 37 conquistas estaduais.
O Palmeiras aplicou a mesma receita do clube do Rio de Janeiro. O Alviverde paulista amargava um período de ostracismo, via sua torcida diminuir e não mostrava sinais de reação. Tudo mudou com a eleição de Paulo Nobre, em 2015, como novo presidente do clube. O rico investidor tomou empréstimos em seu nome para pagar juros mais atraentes, pois seu crédito era bem melhor do que o do clube. Ele já foi ressarcido pelo Palmeiras que também se beneficiou do Allianz Parque, viabilizado na gestão do então presidente Luiz Gonzaga Belluzzo. Nos últimos anos, o Verdão conquistou bicampeonato da Taça Libertadores da América (2020 e 2021), dois Campeonatos Brasileiros (2016 e 2018), uma Copa do Brasil (2020), e um Campeonato Paulista (2020). Igual ao Flamengo, Mauricio Galiotte, sucessor de Paulo Nobre, foi o grande beneficiário, e deixou um legado para a nova presidente do Palmeiras, Leila Pereira, que juntamente com seu marido, José Roberto Lamacchia, é também dona das patrocinadoras do clube: Crefisa e FAM.
Torcida palmeirense canta e vibra!
Parte da letra do hino do Palmeiras faz menção à torcida do clube: “Torcida que canta e vibra”. Pois foi exatamente isto que os torcedores do Verdão fizeram no Estádio Centenário de Montevidéu, calando inclusive a torcida flamenguista que esteve em maior número na final da Copa Libertadores da América, no sábado, 27 de novembro. E este sentimento ecoou em frente ao Allianz Parque, por toda cidade de São Paulo e por várias cidades do Brasil e do exterior.
Essa conquista foi ainda mais celebrada por ter sido dez meses depois do segundo campeonato da Copa Libertadores da América, no dia 30 de janeiro de 2021, no Estádio do Maracanã, com a vitória sobre o Santos por 1 a 0 na prorrogação, com gol de Breno Lopes.
Agora, o cenário foi outro estádio icônico: o Centenário, palco de grandes batalhas futebolísticas na América do Sul. E o título foi ainda mais valorizado por ter sido obtido diante de adversários poderosos. Se em 2020, o único time de respeito batido pelo Verdão foi o River Plate na semifinal do torneio, este ano o time da capital paulista teve de superar o São Paulo, seu rival de cidade e time tradicional na disputa desta competição.
Para se ter uma ideia, o Tricolor do Morumbi havia eliminado o Verdão em três oportunidades nas oitavas de final da Copa Libertadores da América de 1994, de 2005 e 2006. Este ano, porém, o jogo foi válido pelas quartas de final e o Palmeiras eliminou o rival com o empate em 1 a 1 no Morumbi e com a vitória de 3 a 0 no Allianz Parque.
Na sequência, todos apontavam favoritismo do Atlético-MG, a única equipe com uma campanha superior à do Palmeiras no torneio. O primeiro jogo da semifinal, disputado em São Paulo, ficou em 0 a 0, com direito a pênalti desperdiçado por Hulk. Depois, no Mineirão lotado, o Verdão arrancou um empate em 1 a 1 e se classificou para a final pelo critério de gol fora de casa.
Novamente apontado como zebra, o Palmeiras viajou para o Uruguai sob desconfiança de seus torcedores e sob críticas dos jornalistas esportivos que apontavam p Flamengo como o virtual campeão. Só faltaram combinar com Abel Ferreira e seus comandados. O técnico português montou uma estratégia que neutralizou as principais jogadas do adversário e marcou em cima os jogadores mais perigosos do Flamengo. Assim, com exceção de Arrascaeta, os demais destaques do time não brilharam. Para culminar, Deyverson, o herói improvável, roubou a bola de Andreas Pereira para fazer o gol do título e garantir o tricampeonato do Palmeiras, que se junta assim aos outros tricampeões deste torneio: São Paulo, Santos e Grêmio.
Agora, o foco do grupo é na conquista do Mundial, que será disputado em fevereiro nos Emirados Árabes Unidos.
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