“O que descobrimos, essencialmente, é uma assinatura biológica do desejo que nos ajuda a explicar por que queremos estar mais com algumas pessoas do que com outras”, disse a autora sênior do estudo, Zoe Donaldson, professora de neurociência comportamental da Universidade.
A descoberta pode ajudar a desenvolver terapias: “A esperança é que, ao compreendermos como são os laços saudáveis dentro do cérebro, possamos começar a identificar novas terapias para ajudar muitas pessoas com doenças mentais que afetam o mundo social”, disse a autora sênior da pesquisa.
Realmente o amor mexe com a cabeça.
O estudo publicado na revista Current Biology, no início de janeiro, analisou arganazes.
Os arganazes são pequenos roedores que estão entre os 3% a 5% de mamíferos que formam laços de pares monogâmicos.
Assim como os humanos, os arganazes formam casais a longo prazo, partilham uma casa, criam descendentes juntos e experimentam até algo semelhante ao luto na perda do parceiro.
Como o amor supera desafios
“Esta pesquisa sugere que certas pessoas deixam uma marca química única em nosso cérebro, que nos leva a manter essas ligações ao longo do tempo”, disse Zoe.
Para comprovar a tese, a cientista e seus colegas utilizaram uma tecnologia de neuroimagem para medir em tempo real o que acontece no cérebro da ratazana quando ela precisa chegar ao ser parceiro.
No primeiro cenário, o animal teve que pressionar uma alavanca para abrir a porta na sala onde seu parceiro estava. Em outro, ela teve que pular uma cerca para o reencontro.
Enquanto isso, um minúsculo sensor de fibra óptica monitorava a atividade no núcleo “accumbens” do animal, parte do cérebro responsável por motivar os humanos a buscar coisas gratificantes.
Resultados incríveis
Cada vez que o sensor detecta um surto de dopamina, ele acendia como uma bastão luminoso.
Quando as ratazanas empurravam a alavanca ou escalaram o muro para ver o parceiro, a fibra “iluminava-se” como uma rave, explicou Anne Pierce, outra autora do estudo.
“Isso sugere que a dopamina não só é realmente importante para nos motivar a procurar o nosso parceiro, como também há mais dopamina a fluir através do nosso centro de recompensas quando estamos com o nosso parceiro, do que quando estamos com um estranho”, disse Anne.
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Os cientistas também descobriram que há esperança, mesmo no término de relações.
Em outra experiência, o casal de arganazes foi mantido separado durante quatro semanas, uma eternidade na vida de um roedor e tempo suficiente para que, na natureza, eles encontrassem outro parceiro.
Quando o casal foi reunido novamente, eles se lembraram um do outro, mas a onda de dopamina quase desapareceu por completo.
Em essência, a marca encontrada anteriormente desapareceu.
“Pensamos nisso como uma espécie de reinicialização no cérebro que permite ao animal seguir em frente e potencialmente formar um novo vínculo”, explicou Zoe.
Para os humanos, isso pode ser uma notícia boa ao passar por um término ou até mesmo luto. Há esperança!
A assinatura biológica do desejo de amar está na carga de dopaminada liberada no cérebro. Foto: Freepik.
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