O satélite brasileiro SCD 1 (Satélite de Coleta de Dados 1) é um recordista em tempo no espaço. Em operação há 30 anos, ele ultrapassou satélites lançados pelas agências espaciais dos Estados Unidos, a Nasa, e do Japão, a Jaxa.
Os SCD1 e SCD2 foram importantíssimos para o programa espacial brasileiro, por serem os primeiros satélites totalmente nacionais, concebidos, projetados, desenvolvidos e operados em órbita pelo Brasil.
Esses satélites foram desenvolvidos pela Missão Espacial Completa Brasileira (MECB), em 1979, para promover pesquisa científica, a capacitação de pessoal e a geração de tecnologia espacial no Brasil.
Lançamento em 1993
O lançamento do SCD1 foi em 9 de fevereiro de 1993 a partir do Kennedy Space Center, por meio do lançador Pegasus, instalado na asa de um avião B52 da Nasa.
O SCD1 foi colocado a uma altura de 750km e possui o formato de um prisma octogonal com diagonal de 1m e altura de 1,45m, pesando cerca de 115kg.
A função do SCD1 é em retransmitir para a estação terrena de Cuiabá, os dados transmitidos por uma rede de Plataformas de Coleta de Dados Ambientais (PCD) distribuídas ao longo do território nacional.
Os dados recebidos na estação terrena são utilizados em diversas aplicações, tais como a previsão numérica de tempo e clima, estudos sobre correntes oceânicas, marés, química da atmosfera, planejamento agrícola, entre outras.
O SCD1 foi projetado para uma vida útil de 1 ano, mas superou todas as expectativas e hoje, passados 30 anos no espaço, segue transmitindo dados e em plena atividade. Para especialistas, isso é resultado de elevada tecnologia empregada à época.
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Projeto original
A MECB, inicialmente, reunia três satélites de coleta de dados ambientais, de dois satélites de sensoriamento remoto e ainda de um veículo lançador de satélites, além da infraestrutura para testes, lançamento e controle desses satélites.
O desenvolvimento dos satélites ficou sob a responsabilidade do INPE (Instituto Nacional de Pesquisa Espacial), vinculado ao Ministério da Ciência e Tecnologia e Inovação.
Já o desenvolvimento do veículo lançador foi do IAE (Instituto de Aeronáutica e Espaço) órgão ligado ao Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial, ligado ao Ministério da Defesa.
Estrutura no solo e formação de pessoal
Ao mesmo tempo que toda a tecnologia aeroespacial era cuidada, havia uma infraestrutura de solo para construção do Laboratório de Integração e Testes, o Centro de Rastreio e Controle de Satélites.
Essas estações de rastreio estão localizadas em áreas distintas. Uma em Cuiabá, no Mato Grosso, e outra localizada em Alcântara, no Maranhão, além do Centro de Controle de Satélites, em São José dos Campos, em São Paulo.
Também criada uma infraestrutura de laboratórios para dar suporte à fabricação dos principais equipamentos e partes do satélite.
Na época não existiam empresas nacionais com capacidade de produzir placas de circuito impresso usadas na fabricação dos equipamentos eletrônicos.
Inovação
O satélite brasileiro SCD-1, que bateu recorde, segue no fornecimento de dados válidos aos usuários, mas mesmo operando de forma reduzida.
De acordo com cientistas, a longevidade do satélite SCD1 é resultado de:
- Alta competência tecnológica gerada no Inpe;
- Rigor empregado nos processos de qualificação de seus subsistemas e no processo de integração e testes;
- Qualidade dos processos implementados para o controle do satélite
Para os especialistas, o SCD1 é um exemplo significativo de trabalho, dedicação e conhecimento, para o INPE e para todo o programa espacial brasileiro.
Dificuldades atuais
Com o passar dos anos, o satélite brasileiro apresentou diminuição na velocidade de rotação, afetando o ângulo em relação à superfície da Terra, mas mantém a coleta de dados ambientais em um nível satisfatório.
Com informações do Inpe.
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