Um crime que só em 2021 movimentou R$ 8 bilhões, no Brasil: o tráfico de pessoas. A estimativa é da Polícia Federal, que nas duas últimas semanas realizou operações junto com a Interpol em busca de quadrilhas que fazem da imigração ilegal um negócio.
Para fugir da fiscalização, os bandidos mudaram de estratégia e agora estão criando famílias de mentira para facilitar a entrada clandestina de imigrantes nos Estados Unidos.
O Fantástico teve acesso com exclusividade a detalhes da investigação, áudios dos criminosos e escutas telefônicas autorizadas pela Justiça.
A ousadia e a frieza de Geraldo Couto da Silva lhe renderam um apelido: o Rei dos Coiotes.
“Fábio, você não tem uma mulher aí, uma moça aí, que tenha um menino meio pequenininho não? Para ir embora com uma pessoa, para passar como família, para ir no cai-cai? Uma mulher, uma moça, que tenha um menino de 1 ano, 2, 1 ano e meio, 2 ou 3, dá também. Vê para mim aí e me fala, faz favor”, disse o criminoso.
“Cai-cai” é o termo usado pelos traficantes para quem se entrega para as autoridades americanas ao cruzar a fronteira. Com a nova política migratória, famílias formadas por mulheres grávidas ou menores de idade têm o direito de responder ao processo de imigração ilegal dentro dos Estados Unidos.
A mulher (citada no trecho acima) – que topou gravar entrevista sem se identificar – contratou o Rei dos Coiotes para entrar ilegalmente nos Estados Unidos.
“Ele pareceu demonstrar confiança, que era uma pessoa decente, que podia confiar”, disse.
Para que ela conseguisse passar pela fronteira, Geraldo fez uma sugestão.
“Esse homem que o senhor está me arrumando para eu ir, o filho é dele mesmo?”, perguntou a mulher.
“Você vai entrar como madrasta. Só isso. Não tem segredo. É a lei”, respondeu Geraldo.
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