Após quase 20 anos nos Estados Unidos, Frilei Brás, pai de seis filhos americanos e casado com uma brasileira, decidiu retornar ao seu país natal. Em maio, ele se apresentou às autoridades de imigração, como fazia anualmente, mas, desta vez, recebeu uma ordem de deportação com apenas 15 dias para se despedir.
“Foi uma decisão forçada, então comprei a passagem. Não havia alternativa”, disse Brás, que agora reside em Central de Minas, no Brasil.
originário de Minas Gerais, Brás chegou aos EUA em 2005, onde construiu uma vida active dentro da comunidade brasileira. Ele tinha um negócio próprio, contribuía com seus impostos, apresentava um programa de rádio e administrava uma escolinha de futebol. Apesar de ter sido notificado pelas autoridades em 2018, continuou a viver sem problemas devido à sua ausência de antecedentes criminais. Entretanto, a dura política de imigração sob a administração de Trump intensificou a pressão para que deixasse o país. ”me colocaram uma tornozeleira e disseram que eu deveria me sentir sortudo por não ser preso”, compartilhou.
Brás revelou que as informações fornecidas pelos agentes eram muitas vezes contraditórias. “Disseram que teria dois meses, mas depois mudaram para 15 dias”, relatou. Um dos momentos mais difíceis foi a despedida da família. “Convidei todos para uma oração em casa antes de eu partir para o aeroporto”, lembrou. Durante o voo de retorno, ele não conseguiu conter as lágrimas. “Não sei quando poderei rever minha família”, desabafou.Sua esposa, com problemas de saúde, e seus filhos, cujas idades variam de 1 a 19 anos, permanecem nos EUA, recebendo apoio de amigos enquanto Brás tenta se restabelecer no Brasil. “Um agente chegou a ameaçar deportá-los, mesmo sendo cidadãos americanos. Foi uma pressão psicológica massiva”, contou.
Segundo Brás, o tratamento dado aos imigrantes é desumanizador e focado em números. ”Eles alegam que têm a meta de 3 mil detenções por dia. Sua história não importa; você se torna apenas um número”, criticou. Ele observou que muitos brasileiros estão optando por retornar ao Brasil devido ao medo e à insegurança. “Conheço pessoas que decidiram comprar passagens sozinhas. É uma verdadeira crise de ansiedade coletiva”,afirmou.
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