O Federal Reserve (Fed) anunciou, em julho de 2023, o lançamento de um serviço há muito aguardado e que visa revolucionar o sistema de pagamentos do país. O serviço “FedNow“, em desenvolvimento desde 2019, tem como objetivo eliminar os atrasos frequentes nas transferências de dinheiro, permitindo que os americanos enviem e recebam fundos em questão de segundos, a qualquer hora do dia ou da noite, durante todos os dias da semana.
Com essa novidade, os Estados Unidos alinham-se a países como o Reino Unido, Índia, União Europeia e o Brasil, onde sistemas semelhantes já estão em vigor há anos.
O serviço já está sendo lançado com a participação de 41 bancos e 15 provedores de serviços certificados, incluindo desde instituições comunitárias até grandes bancos como JPMorgan Chase, Bank of New York Mellon e US Bancorp. O Fed planeja expandir a integração de mais bancos e cooperativas de crédito ao longo deste ano.
O FedNow competirá com sistemas de pagamentos em tempo real oferecidos pelo setor privado, incluindo a rede RTP da Câmara de Compensação. Apesar das contestações iniciais por parte de grandes bancos que o consideraram redundante, muitos deles aderiram à iniciativa reconhecendo a oportunidade de expandir os serviços disponíveis aos clientes.
Até metade de 2024, a maioria dos bancos ainda não oferece o FedNow, mas a adoção está crescendo lentamente. Ao contrário de serviços de pagamento ponto a ponto, como Venmo ou PayPal, que atuam como intermediários entre bancos, as transações realizadas por meio do FedNow serão liquidadas diretamente nas contas do banco central.
O Fed opera também um sistema de pagamentos em tempo real chamado FedWire, contudo este é voltado principalmente para transações corporativas de grande escala e opera apenas durante o horário comercial. O novo sistema FedNow, por outro lado, busca beneficiar principalmente consumidores e pequenas empresas, segundo analistas.
O FedNow não cobrará diretamente dos consumidores, embora não esteja claro se ou como os bancos participantes repassarão quaisquer custos associados ao serviço.
Inicialmente, o FedNow terá um limite máximo de pagamento de US$ 500 mil, mas os bancos têm a opção de reduzir esse limite, se necessário.
FedNow vs. PIX
Assim como o sistema brasileiro PIX, que revolucionou as transferências no Brasil a partir de 2020, o “FedNow” almeja transformar o sistema de pagamentos nos Estados Unidos.
Ambos os sistemas têm a missão de eliminar a espera prolongada nas transferências, proporcionando uma experiência mais conveniente para os usuários. No entanto, suas abordagens diferem. Enquanto o PIX utiliza chaves como CPF, e-mail ou telefone para facilitar as transações, o “FedNow” opta por liquidar transações diretamente nas contas do banco central, demonstrando a variedade de soluções para alcançar a mesma agilidade e eficiência.
Atualmente, não é possível enviar Pix de outros países, pois o sistema é exclusivo do Brasil. No entanto, a nova lei cambial, em vigor desde o início de 2023, abriu caminho para a implementação de um sistema de “Pix internacional”, que já está sendo testado e pode abranger até 60 países. Apesar de ainda não ser viável enviar Pix para contas fora do Brasil, turistas relatam que o Pix já é aceito como forma de pagamento em algumas lojas em países como Argentina; Portugal e até Estados Unidos (Miami e Orlando).
Com o lançamento do FedNow, a expectativa é que o sistema financeiro dos EUA dê um passo significativo em direção a uma era de pagamentos instantâneos e eficientes, proporcionando maior comodidade e agilidade para os cidadãos e empresas em todo o país.
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