Desenvolvida por pesquisadores da Universidade de Yale, Estados Unidos, a nova frente para combater os cancros em cães aumenta as taxas de sobrevivência em 60%! Além disso, em testes clínicos, o tratamento também reduz os tumores em vários animais.
As proteínas EGFR e HER2 são frequentemente encontradas em abundância na superfície das células cancerígenas. Com a injeção da vacina de Yale, as células imunológicas do cão são treinadas para reconhecer células com essas proteínas e atacá-las.
A vacina foi criada a partir de um estudo conjunto entre médicos humanos e veterinários.
Mark Mamula, professor da Escola de Medicina de Yale, encontrou um oncologista veterinário que trata câncer em cobras, tartarugas e animais. Apesar disso, seus principais pacientes eram cães e gatos.
Depois de uma conversa, Mark foi convencido de que não seria difícil dar um salto do câncer humano para o canino.
Juntos, eles lançaram um estudo inicial sobre a vacina contra o câncer canino.
“Os cânceres caninos e humanos são bastante semelhantes em vários aspectos. […] Seja como os cânceres aparecem no microscópio, como se comportam, respondem à quimioterapia, desenvolvem resistência e metastatizam”, disse Gerry Post, diretor médico de um grupo de tratamento de câncer em cachorros.
Nova vacina
Segundo Mark, diferente de cânceres em humanos, a terapia animal não é muito desenvolvida, o que causa grande mortalidade.
“ Há muito poucos novos tratamentos contra o câncer canino desenvolvidos em décadas – é um campo que implora por melhorias”, explicou.
Mark e sua equipe partiram então por um caminho inovador. Eles geraram anticorpos a partir de múltiplas células imunitárias do animal.
Assim, as células se ligavam em várias partes das moléculas EGFR/HERS em vez de uma única área.
Com essa ligação em maior escala, os pesquisadores conseguiram reduzir a probabilidade de desenvolvimento de resistência, aumentando a eficácia do tratamento.
Mais de 300 cães
O primeiro ensaio clínico foi realizado em 2016. Além disso, ainda estão em curso mais 10 testes em diversos locais nos EUA e no Canadá.
Mais de 300 cães já foram tratados com a vacina. No geral, a equipe encontrou uma melhoria notável nas taxas de sobrevivência de 12 meses de cães com vários tipos de cânceres.
“Esta vacina é verdadeiramente revolucionária. Eu não poderia estar mais animado em ser um oncologista veterinário”, comemorou Gerry.
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Entre os mais de 300 cães recuperados, está Hunter, um golden retriever de 11 anos.
Quem o vê, hoje, correndo, pulando e brincando, jamais imaginaria que Hunter ficou à beira da morte.
Diagnosticado com osteossarcoma, um câncer na perna, o cachorrinho teve o membro amputado.
Sua tutora, Hudgins, ficou sabendo dos estudos de Yale e inscreveu o cãozinho.
O golden recebeu a primeira dose da vacina antes da cirurgia de amputação, a segunda antes de iniciar a quimioterapia e um reforço no ano passado.
Vinte e dois meses depois do diagnóstico de câncer, Hunter é um novo cãozinho!
“Ele continua correndo pelo quintal. Ele nada na piscina. Ele vem comigo para treinar e persegue os outros cães pelo quintal”, disse a tutora.
Hunter foi um dos cães curados depois da vacina. Ele voltou a sua vida normal! foto: Deana Hudgins.
O osteossarcoma, um tipo de câncer ósseo, tem alta mortalidade. Com a vacina, o índice de recuperação subiu muito. Foto: Deana Hudgins.
Com informações de Yale.
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