Um dos símbolos mais marcantes de São Paulo e da história do Brasil, o Museu do Ipiranga finalmente estará aberto para visitantes, após nove anos fechado e uma reforma de R$ 235 milhões, entre recursos públicos e privados.
A reinauguração oficial foi nesta terça-feira (06) apenas para autoridades e patrocinadores. Mas nesta quarta-feira (07), haverá uma reabertura simbólica para estudantes de escolas públicas e trabalhadores da obra e partir de quinta-feira (08), será a vez do público em geral. Os ingressos serão gratuitos até o dia 6 de novembro, só que é preciso fazer agendamento pelo site do museu. (veja abaixo)
“Ele nasce como monumento à Independência e agora, no Bicentenário, ganha seu auge em visibilidade e possibilidade, através do edifício e das exposições, de discutirmos nossa identidade e nossa História. Esse é o simbolismo do novo Museu do Ipiranga”, diz Amâncio Jorge de Oliveira, vice-diretor do espaço.
Museu novo e moderno
Quem olha de longe tem a sensação de que não mudou nada, mas o novo Museu do Ipiranga renasce repleto de novidades, segundo os administradores.
O antigo prédio de 1895 surpreende com fachadas e interior totalmente restaurados, uma nova instalação subterrânea e museografia pensada para uma sociedade que também não parou no tempo.
O espaço reabre ao público com o dobro de área construída e o triplo de capacidade expositiva.
O custo total da reforma, de R$ 235 milhões, inclui o maior valor já captado entre a iniciativa privada via Lei Federal de Incentivo à Cultura, de R$ 187 milhões.
Muito próximo do original
O desafio da nova instalação era não atrapalhar a visibilidade do prédio histórico, daí a alternativa subterrânea. Foram retirados 35 mil metros cúbicos de terra, o equivalente à capacidade de dois mil caminhões caçamba.
“Todas as esquadrias foram preservadas e restauradas. Retiramos todas as camadas de tinta que foram colocadas indevidamente ao longo do tempo, resgatando o tom mais próximo do original”, explica Marcelo Sancho, sócio-diretor da empresa que assessorou o museu na restauração.
“A dificuldade é do tamanho do museu. Um espaço monumental, eclético, de base neoclássica, muito na fachada, com grandes desafios”, comenta.
Toda a iluminação também foi recomposta, assim como o sistema de combate a incêndios.
“Não só fizemos uma atualização nas instalações tradicionais, como hidráulica, elétrica, ar-condicionado etc, como nas instalações de mídia e redes, para que pudéssemos ter uma receptividade aos visitantes o mais interativa possível” explica Frederico Martinelli, engenheiro responsável pela reforma.
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Memória afetiva
A modernização do prédio foi feita com muito planejamento e cuidado, já que a ideia era manter a memória afetiva do museu.
A expectativa é que o público se reconecte com o espaço como sempre aconteceu, e que retorne, não só em excursão da escola.
Para isso, as mudanças vão além de uma obra convencional. O museu está mais acessível na forma e atraente na linguagem.
A entrada agora será por um prédio escavado embaixo do edifício-monumento, e que abriga bilheteria, cafeteria, livraria, auditório para 200 pessoas, espaços educativos e uma sala climatizada de 900m² para exposições temporárias.
A interação está no acesso, facilitado para cadeirantes e pessoas com mobilidade reduzida, e no acervo, que se abre de maneira mais inclusiva.
As exposições trazem diversos materiais multimídia, telas táteis, vídeos com interpretação em Libras, peças interativas, pisos táteis para visitantes cegos e com baixa visão, além de iluminação e estímulos nas salas adequados para pessoas autistas.
Celebração
A administração do museu conta que está muito feliz com o resultado e quer atingir o público que nunca tinha visitado o espaço.
“É um novo museu, que traz a sociedade para dentro de si. Não está só preocupado com as grandes personalidades”, diz a professora e curadora Ana Paula Nascimento.
“Queremos trazer novos públicos e novos questionamentos. Que as pessoas interajam mais, que não seja só aquele visitante passivo, e que se sintam representados”, diz Ana Paula.
“Existe só uma independência? Existe só uma história do trabalho? Não. É um caleidoscópio. Precisamos disso”, completa.
Programação e como visitar
A reinauguração do Museu do Ipiranga foi programada com muito carinho. Em frente à construção, no Parque da Independência, também estão previstos projeções, concertos e shows gratuitos.
Nesta quarta, 7, haverá um espetáculo da Orquestra Jovem do Estado de São Paulo e apresentações de artistas como Criolo, Margareth Menezes, Vanessa da Mata, Fafá de Belem, entre outros, e até um balé de drones.
A programação segue com outros shows no parque até dia 11.
Para os dois primeiros meses de reabertura, os ingressos para o público serão gratuitos. Para fazer a reserva, acesse o site do Museu do Ipiranga, clicando aqui.
Os bilhetes dos dias 8 a 11 de setembro já estão esgotados, mas na próxima segunda-feira (12), às 10h, um novo lote será disponibilizado.
Quem ama história, arte e o roteiro cultural de São Paulo com certeza está com saudades de visitar o Museu do Ipiranga. Então, aproveite o bem cultural que voltou ao cenário da cidade.
Com informações de Fapesp
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