“Era uma garrafinha de água de 500 ml por dia, fiquei cinco dias sem tomar banho e escovar os dentes, alimentação só com burrito, laranja e maçã. Algumas mulheres chegavam a mostrar os seios aos guardas para ganharem comida”.
O relato é de uma das deportadas dos Estados Unidos que chegou com outras 311 pessoas ao Aeroporto Internacional de Belo Horizonte, em Confins, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, nesta sexta-feira (11).
Ela saiu do Brasil junto com os pais e uma irmã. No dia 29 de janeiro, a família chegou aos Estados Unidos. “A patrulha pegou a gente e jogou nossos pertences no lixo, só não jogou eletrônico, dólar e medicamento”, contou, sem ser identificada. Os pais da mulher foram deportados há uma semana, mas ela só soube depois que eles tinham voltado ao Brasil. “Era uma situação muito humilhante”, disse ela que foi obrigada a conviver com o frio em uma cela.
Sala de Covid
Um outro deportado disse que viajou com o pai e o irmão. Os dois ainda estão nos Estados Unidos. “Alguns policiais são prestativos. Outros, não gostam de imigrantes, só dão má resposta. Eles diziam: ‘aqui não é a casa de vocês, vocês não estão no país de vocês. Voltem para o país lixo”, disse o jovem de 18 anos. As celas, de acordo com ele, não eram limpas e, ao menos, dez pessoas tiveram Covid-19. “Nós viemos algemados nas mãos, na barriga e no pé. Me senti um criminoso”, finalizou.
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