Filho de pai açougueiro e mãe dona de casa, Carlos Vaz nasceu em Itajubá, no interior de Minas Gerais, e chegou onde rapazes como ele jamais imaginaram. Duas décadas após desembarcar nos Estados Unidos em busca de um futuro melhor, Vaz possui mais de US$ 1 bilhão em imóveis geridos pela empresa que fundou e em que atua como CEO, a Conti Capital. Todos residenciais e voltados para locação. Mas quem vê o sucesso do brasileiro em solo americano nem imagina as dificuldades que enfrentou.
Vaz chegou ao país em 2001, após dois anos de greves na Universidade Federal de Viçosa, onde cursava Direito. No bolso, tinha apenas US$ 300 e a declaração de que faria um estágio não remunerado num escritório de advocacia em Boston. “Encontrei a vaga na internet. Não conhecia ninguém lá, mas decidi ir com a cara e a coragem”, recordou.
O primeiro desafio de Vaz, que hoje já negociou mais de 9.000 apartamentos, foi a moradia. O lugar mais barato que conseguiu foi na casa de um imigrante chileno. Mas como os quartos principais já estavam alugados, restou apenas o sotão. “Era mais barato.” Ainda assim, o preço pela acomodação era maior do que tinha em mãos: US$ 350. “Só que o valor era pago no fim do mês. Então eu ainda tinha 30 dias para levantar o dinheiro.” Como o estágio, das 8h às 15h, ocupava a maior parte do seu dia, a solução foi trabalhar de madrugada num galpão de entrega de jornais.
“Os caminhões chegavam a partir das 2h30 com os jornais. Eu organizava tudo de acordo com as rotas de entrega e às 4h o galpão era aberto para iniciar a distribuição. O processo acabava por volta das 5h. Depois eu tinha que limpar tudo, porque ficava uma bagunça. Saía de lá por volta das 6h para me arrumar para o estágio”, recordou.
O dinheiro, no entanto, não dava para muito além do aluguel e foi preciso arrumar um terceiro emprego, como garçom aos fins de semana. “A partir daí comecei a guardar dinheiro e a fazer pequenos cursos no período da noite voltados para economia e administração.”
O aprendizado que adquiriu no período serviu de base para o que viria a construir. Como o estágio era voltado para o direito imobiliário dos Estados Unidos, decidiu que esse seria o seu futuro.
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