Um americano de origem brasileira foi preso na última quinta-feira por traficar pessoas do Brasil para os Estados Unidos. Trata-se de Fagner Chaves De Lima, de 41 anos, morador de East Hartford, em Connecticut, nos EUA. De acordo com o Departamento de Justiça americano, Lima “dirigia um negócio que contrabandeava ilegalmente indivíduos do Brasil para os Estados Unidos”. Ele é acusado de atuar no ramo há mais de 20 anos.
Os investigadores coletaram provas contra Lima por meio de um agente disfarçado. Ele registrou conversas com o suspeitos pelo WhatsApp. Na ocasião, o policial ofereceu o pagamento de US$ 15 mil (equivalente a R$ 79,9 mil) pelos serviços de Lima, que concordou com o acordo.
Os valores seria gastos para levar do Brasil para os EUA a irmã e a sobrinha do agente disfarçado. Lima teria respondido que está envolvido com o tráfico de pessoas “há 20 anos” e consegue colocar dentro do território americano pessoas “com visto, sem visto, ou se . . .[eles] são procurados pela polícia”. Em uma das mensagens anexadas ao processo, Lima também reconhece que o tráfico de pessoas é perigoso. Segundo o Departamento de Justiça, ele extorquiu as vítimas vulneráveis e suas famílias por mais dinheiro, até mesmo fazendo ameaças.
— Como todos sabemos, as operações de contrabando abusam, exploram e colocam em risco vítimas indefesas. O combate ao contrabando de pessoas e às redes de tráfico é uma das principais prioridades do nosso escritório. Este suposto crime é uma afronta à dignidade humana e um perigo para a segurança nacional — disse a procuradora dos Estados Unidos Rachael S. Rollins. Lima é acusado de organizar a viagem para clientes que entrassem ilegalmente nos Estados Unidos vindos do Brasil de avião ou ônibus. Ele também seria responsável por providenciar acomodações para as vítimas durante a viagem. Mas ainda durante a ida para os EUA, Lima já iniciava a prática de extorsão, ameaçando prejudicar as vítimas e suas famílias se não pagassem dinheiro adicional.
— O que Fagner Chaves De Lima é acusado de fazer é vergonhoso. Ao tentar contrabandear seres humanos para os Estados Unidos para seu próprio lucro financeiro e depois extorquir-lhes mais dinheiro, sob o medo de danos, ele demonstrou um desrespeito deliberado pela segurança de suas vidas e pelas leis de nosso país — disse Joseph R. Bonavolonta, agente especial da Divisão de Boston do FBI. A acusação de tentativa de contrabando de seres humanos prevê uma sentença de até 10 anos de prisão, até três anos de liberdade condicional e uma multa de US$ 250 mil.
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