Militar americano condenado por vazar documentos ultrassecretos sobre a guerra na Ucrânia
O militar Jack Teixeira, descendente de portugueses, recebeu uma sentença de 15 anos de prisão nos Estados Unidos por vazar informações sigilosas relacionadas à defesa nacional. A decisão foi anunciada pela Justiça norte-americana nesta terça-feira (12), após Teixeira ter sido preso em abril de 2023.
Teixeira, com apenas 22 anos, era membro da Guarda Nacional Aérea dos EUA e foi acusado de seis crimes relacionados à retenção e transmissão voluntária de informações confidenciais do Departamento de Justiça dos Estados Unidos.
No início deste ano, o militar assumiu sua culpa perante as acusações e pediu desculpas pelo vazamento antes da sentença ser proferida. Os documentos vazados continham dados sobre aliados e adversários dos EUA, incluindo detalhes das defesas aéreas da Ucrânia e informações sobre a invasão russa ao país. Alguns arquivos ainda revelavam informações sensíveis sobre a agência israelense Mossad.
O vazamento perpetrado por Teixeira é considerado uma das maiores violações de segurança nos EUA desde o caso WikiLeaks em 2010. As investigações indicam que os documentos começaram a ser divulgados pelo militar em fevereiro de 2022, coincidindo com o início do conflito na Ucrânia.
Militar Americano Jack Teixeira Compartilha Arquivos Ultrassecretos dos EUA
Cerca de 600 pessoas foram contempladas com arquivos compartilhados em um grupo de mensagens. Quando o militar foi detido, um conhecido afirmou ao jornal “The Washington Post” que Teixeira não tinha a intenção de prejudicar a segurança nacional dos Estados Unidos. Sua intenção seria educar os membros mais jovens do grupo online. Embora, outros usuários da rede social tenham afirmado que Teixeira compartilhou conteúdos ofensivos e racistas.
Quem é Jack Teixeira?
Natural da cidade pequena de Dighton, localizada no sul do estado de Massachusetts, Jack Teixeira tem ascendência portuguesa. Ingressou na Guarda Nacional da Força Aérea em setembro de 2019 e alcançou o posto de aviador de primeira classe em maio de 2022, conforme registros governamentais citados nos documentos judiciais. Com especialização em comunicação e tecnologia, ele passou a trabalhar na base da Guarda Nacional Aérea de Otis, situada aproximadamente 110 km ao sul de Boston.
Em fevereiro de 2023, conforme informações do FBI, ele desempenhava funções como oficial responsável por operações cibernéticas defensivas. Em virtude do cargo ocupado por Teixeira, ele detinha uma autorização confidencial máxima para acessar informações ultra secretas. Além disso, mantinha acesso restrito e sigiloso a outros programas altamente confidenciais. Todo esse acesso privilegiado exigia que cumprisse estritamente as obrigações relacionadas à segurança das informações sigilosas e se comprometesse a não divulgá-las a indivíduos sem as permissões adequadas.