
Durante a gestação, o bebê já foi identificado com transposição dos grandes vasos, uma anomalia cardíaca que dificulta a circulação sanguínea. A equipe do Centro Médico Científico e Prático de Cardiologia e Cirurgia Cardíaca da Ucrânia se preparou meticulosamente para realizar a operação imediatamente após o parto.
Para garantir a máxima segurança ao recém-nascido, os profissionais de saúde desenvolveram um ambiente que simula as condições do útero, propiciando uma recuperação inicial ideal. As instalações do centro foram adaptadas para permitir que a cirurgia fosse realizada sem qualquer atraso, e o bebê encontra-se agora em fase de recuperação.
Origem da mãe
A mãe, cuja identidade não foi divulgada, é natural da Moldávia, país vizinho à Ucrânia.
Ao receber o diagnóstico durante a gravidez, ela foi orientada a procurar assistência médica na Ucrânia, onde um obstetra da Moldávia se deslocou especialmente para auxiliar no parto.
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A operação foi extremamente complexa e exigiu um planejamento rigoroso da equipe médica.
Os profissionais se organizaram em duas salas: a primeira para o parto e a segunda, onde um grupo já aguardava, encarregando-se da cirurgia imediata no bebê.
“Realizamos uma coordenação inédita de duas salas cirúrgicas simultaneamente: uma para o nascimento e outra para corrigir o defeito cardíaco que ameaçava a vida da criança”, explicou Ilya Yemets, professor da instituição.
Simulação de útero artificial
Além disso, uma espécie de útero artificial foi desenvolvido para transportar o recém-nascido de uma sala para a outra.
“Antigamente, essa transferência poderia levar horas, mas nós conseguimos fazer em questão de minutos, pois as duas salas estão muito próximas. Dentro do útero, a temperatura do bebê é de 37 graus, e ao ser transferido, precisamos garantir que a sala de cirurgia mantenha essa temperatura, aproximando-se das condições uterinas”, revelou Yemets em comunicado oficial.
Um passo à frente na medicina
Ilya Yemets destaca que esta cirurgia é um ponto de virada na área médica, fazendo história.
“Nunca antes na história da cirurgia cardíaca global foi realizada uma intervenção tão integrada, onde ginecologistas e obstetras, sob a liderança do professor Dmytro Hovseyev, realizaram uma operação em um recém-nascido logo após uma cesariana, criando um ambiente térmico semelhante ao do útero da mãe, uma verdadeira inovação”, afirmou.
De acordo com o médico, a criação de um “útero artificial” representa um avanço significativo e um acontecimento histórico no campo da medicina.
“Este feito é, sem dúvida, um marco inédito”, concluiu.
O recém-nascido que foi submetido à cirurgia assim que nasceu já está em recuperação. – Foto: Centro de Cardiologia e Cirurgia Cardíaca da Ucrânia