
Karnal ressalta como a escuta ativa e a pesquisa são essenciais para a saúde organizacional – Foto: reprodução redes sociais
Com uma postura sempre ponderada,Karnal discutiu a significativa relação entre escuta ativa nas empresas e as novas diretrizes de saúde mental. Ele chamou a atenção para os perigos da romantização de lideranças autoritárias, alertando os profissionais a não aceitarem o inaceitável, mesmo diante das dificuldades financeiras.
Apesar dos avanços nas conversas sobre bem-estar no trabalho,Karnal observou que a cultura tóxica ainda persiste. ele mencionou que o autoritarismo continua a ser admirado, especialmente quando traz resultados, mesmo que isso prejudique a saúde dos colaboradores.
“Algumas pessoas veem charme na brutalidade do chefe que grita e humilha, mas isso é tão destrutivo quanto o uso de anabolizantes”, comparou, durante a entrevista à revista Exame. Para ele,o medo pode ser uma ferramenta de curto prazo,mas desgasta e gera um ambiente insustentável.
Karnal reconheceu que deixar um emprego pode ser um desafio, especialmente em tempos de crise. “Muitas pessoas toleram situações insuportáveis por causa das despesas mensais. Entretanto, é fundamental lembrar que a vida é inestimável”, afirmou.
Ele compartilhou suas próprias experiências e aconselhou que,se tivesse uma oportunidade,diria ao jovem Leandro para priorizar sua saúde mental. “reduza seus gastos,reconfigure sua vida e busque novas oportunidades”,aconselhou. Sua mensagem é clara: valorize sua saúde mental e, se necessário, planeje uma transição cuidadosa para um novo emprego.
A recente revisão da Norma Regulamentadora nº 1 (NR-1), que agora demanda estratégias de promoção da saúde mental nas empresas, é vista por karnal como uma oportunidade valiosa de mudança.”É um progresso, mesmo que não resolva todos os problemas. Indica que o tema está sendo considerado nas instâncias mais elevadas da gestão”, observou.Para ele, é fundamental que a responsabilidade pela saúde mental não se restrinja ao setor de recursos humanos, mas se torne um compromisso coletivo.
Além disso, Karnal reforçou que a ética deve ser mais que um documento decorativo.”empresas envolvidas em escândalos frequentemente possuíam códigos de ética. O que realmente importa é a implementação prática, mesmo que isso signifique perder contratos que vão contra princípios éticos”, concluiu.

A importância de ouvir seus colaboradores e considerar críticas para um ambiente de trabalho saudável, segundo Leandro Karnal – Foto: reprodução redes sociais