A Justiça do Rio de Janeiro solicitou que o Ministério da Justiça e Segurança Pública faça um pedido ao governo dos Estados Unidos de extradição da venezuelana Mirelis Yoseline Dias Zerpa, esposa de Glaidson Acácio dos Santos, o “Faraó do Bitcoin” que criou o esquema da GAS Consultoria.
A deliberação partiu do juiz Vitor Barbosa Valpuesta, da 3ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro. As informações foram divulgadas pelo jornal O Globo nesta terça-feira (06). Na semana passada, o magistrado decretou a prisão preventiva de Mirelis e de Vicente Gadelha Rocha Neto, que foi preso na última quarta-feira (31) pela Interpol na República Dominicana, juntamente com mais três pessoas, sendo duas delas acusadas de fazer parte da GAS Consultoria, segundo investigações da Polícia Federal.
O juiz então determinou que o Ministério da Justiça peça à República Dominicana a extradição de Vicente Gadelha e que Mirelis, que está na condição de foragida da Justiça, seja incluída no sistema de Difusão Vermelha da Interpol. Procurada pela equipe do O Globo, o Ministério da Justiça disse que não comenta casos em andamento. O ministro João Otávio de Noronha, da 5ª Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ), derrubou no início de agosto uma das ordens de prisão contra Mirelis, que é considerada uma das lideranças da GAS. No entanto, a decisão eliminou apenas uma das ordens de prisão, já que tanto Mireles quanto Glaidson têm pedidos de detenção em outros processos.
Acerca da condição atual de Mirelis, nos últimos meses ela tem se defendido por meio de advogados e vídeos no Youtube, declarando inclusive que não tem mais dinheiro para pagar os clientes da GAS Consultoria. No entanto, ela teria sacado R$ 1 bilhão em criptomoedas no dia seguinte a prisão de Glaidson, que ocorreu em agosto de 2021. Porém, segundo o advogado, o dinheiro já foi todo utilizado.
Não cumpriu medidas cautelares
Na semana passada, a defesa da venezuelana pediu à Justiça Federal que ela pudesse cumprir nos Estados Unidos as medidas cautelares determinadas judicialmente. Mirelis pediu para a Justiça Federal do Brasil para aguardar o julgamento nos EUA, onde entregaria o passaporte e ficaria sem sair de casa entre 16h e 6h.
Segundo os advogados de Mirelis, ela estaria sofrendo ameaças e correria perigo caso voltasse ao Brasil. Sobre as publicações de vídeos na internet, acrescenta o jornal, o juiz disse que assim como os acusados acessaram as redes para publicar os vídeos, “muito possivelmente fizeram mais do que isso”, como acessar carteiras de criptomoedas, descumprindo medidas cautelares. // Portal do Bitcoin.
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