Juiz federal responsabiliza administração Trump por deportações violentas de migrantes
Um juiz federal dos EUA levantou sérias preocupações sobre a deportação de migrantes, acusando o governo do ex-presidente Donald Trump de conduzir um processo “inquestionavelmente violento”. A afirmação do juiz Brian Murphy, da Corte Distrital de Massachusetts, surgiu após o embarque de um voo de deportação na terça-feira, que ocorreu mesmo com uma liminar garantindo aos migrantes o direito de contestar suas remoções.
Ainda não há definição sobre as ações que o magistrado tomará diante do que parece ser uma violação de ordem judicial,que foi estabelecida em 18 de abril. Essa decisão garantiu um prazo mínimo de 15 dias para que os migrantes pudessem buscar esclarecimentos sobre suas deportações. Entretanto, Murphy ressaltou que as pessoas removidas no recente voo não tiveram tempo suficiente para exercer esse direito, configurando uma grave violação de seus direitos processuais.
Governo justifica deportações e critica juiz como “ativista”
Em contrapartida, autoridades da administração Trump defenderam com vigor a ação, caracterizando os migrantes deportados como elementos criminosos e perigosos. O diretor interino da Imigração e Alfândega (ICE), Todd Lyons, fez alucinações a acusações graves, incluindo assassinato e assalto. Ele mencionou que os países de origem, descritos como “recalcitrantes”, se recusaram a aceitar essas pessoas.
A porta-voz do Departamento de Segurança interna (DHS), Tricia McLaughlin, também se manifestou, chamando a operação de “ajuste de segurança diplomática e militar”. Ela negou que o Sudão do Sul fosse o destino final dos deportados, sugerindo que o voo tivesse escalas não confirmadas em outras nações. “Por questões de segurança, não podemos divulgar informações sobre sua localização”, declarou.
McLaughlin não poupou críticas ao juiz, rotulando sua atuação como “ativismo”. “É inconcebível que um juiz distrital queira influenciar as decisões de segurança nacional”, enfatizou.
Falta de suporte adequado aos migrantes durante deportação
Os advogados dos migrantes afirmaram que seus clientes, oriundos de Mianmar, Vietnã e outras nações, não receberam suporte adequado, como tradutores, prejudicando sua compreensão sobre os avisos de deportação. Documentos judiciais revelaram que alguns foram avisados com menos de 24 horas de antecedência antes da remoção.
O juiz Murphy já tinha estabelecido anteriormente que os migrantes não poderiam ser enviados a países onde estivessem em perigo de perseguições ou violações. O Sudão do Sul, mencionado como possível destino, enfrenta amplas crises políticas e graves abusos de direitos humanos.
Apesar das alegações do governo, autoridades do Sudão do Sul negaram a chegada de qualquer deportado dos EUA. Por outro lado, o jornal The New York Times indicou que o voo poderia ter aterrissado em Djibuti, na região da África Oriental.
Esse incidente destaca as tensões crescentes entre os poderes Judiciário e Executivo em relação às políticas migratórias da era Trump, que têm sido marcadas por deportações rápidas e desafios a ordens judiciais. Enquanto o governo enfatiza a segurança nacional, críticos acusam a administração de violar os direitos básicos dos migrantes.
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Matéria original por Brazilianpress
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