A cidade de Deventer, na Holanda, se destaca por um projeto social inovador que está redefinindo a experiência do envelhecimento e a convivência entre gerações.
No woon-en zorgcentrum Humanitas, os idosos não são apenas atendidos, mas celebrados através de uma interação enriquecedora com estudantes universitários que chamam esse lugar de lar. O benefício? Os alunos têm a oportunidade de morar sem aluguel em troca de 30 horas mensais dedicadas à convivência e suporte aos residentes mais velhos.
“O objetivo era criar um ambiente acolhedor para os idosos em Deventer”, afirma Gea Sijpkes, diretora do WZC Humanitas. “Também desejávamos trazer a energia da juventude para nossas instalações.”
Essa ligação intergeracional já demonstrou ser transformadora, promovendo um intercâmbio positivo entre as duas faixas etárias.
Após dez anos de implementação, esse programa se expandiu globalmente, servindo como um modelo replicável em lares de idosos, instituições de ensino e até conventos pelo mundo. Um exemplo é a colaboração com as Irmãs Agostinianas de Utrecht, onde três jovens com formação em medicina vivem e trabalham, trazendo vitalidade e ajuda com diversas tarefas do dia a dia.
Entretanto, o foco vai além de responsabilidades; trata-se de construir conexões significativas.
“os estudantes não são apenas cuidadores; eles são vizinhos atenciosos”, enfatiza Sijpkes.
Não há regras rígidas sobre o tempo reservado para o voluntariado, o que resulta em momentos espontâneos de amizade – como conversas em um banco ou refeições comunitárias compartilhadas.
peter Kolb, um dos estudantes, observa que “não é necessário realizar grandes eventos; até uma simples conversa traz grande significado”.
Outra estudante, Dakota Donath, reflete sobre o impacto que os moradores mais velhos têm em suas vidas: “Eles me ensinaram a desacelerar e a valorizar mais os momentos cotidianos. Isso me torna mais consciente sobre o que realmente importa”.
Para Sijpkes, a beleza desse projeto está na sua simplicidade. “Não são necessários grandes investimentos ou estruturas complexas de cuidados.O que precisamos são pessoas dispostas a compartilhar suas vidas com outras de diferentes idades”.
A ciência respalda essa abordagem: estudos sugerem que amizades entre diferentes gerações podem reduzir a solidão, diminuir a depressão e elevar a autoestima entre os mais velhos.
Ademais, essa iniciativa responde a um problema real: a falta de moradia estudantil. “Percebemos que um número crescente de jovens estava vivendo em casa, enquanto tínhamos tantos idosos precisando de companhia”, afirma Sijpkes.”Por que não unir esses dois grupos?”
Olhando para o futuro, o WZC Humanitas está desenvolvendo o “WoonsTudent 2.0”, um programa que permitirá que estudantes e idosos morem juntos no mesmo espaço, promovendo um ambiente ainda mais inclusivo e acolhedor.
“Continuamos a buscar inovações”, disse Sijpkes. “Queremos criar parcerias que explorem as habilidades e experiências de ambas as gerações”.
Assim,pode-se concluir que,mais do que um lar,este projeto é um exemplo de como o apoio mútuo pode transformar vidas e construir verdadeiros laços.
Kayla Kissel se formou recentemente na Universidade da Flórida Central, onde estudou Jornalismo e Ciência Política de Transmissão. Ela é apaixonada por contar histórias que elevam, informam e inspiram.Em suas reportagens,Kayla busca uma mistura de sólidos valores jornalísticos e energia positiva,acreditando que todos têm uma história que merece ser contada.
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