Os escritórios de imigração dos EUA anunciaram, na quarta-feira (26), que os requerentes de asilo podem ter uma espera de até dez anos, antes mesmo de conseguirem uma data para ver um juiz. Todos estão sobrecarregados
Da Redação – Sobrecarregados com o montante de processos de imigrantes que cruzaram a fronteira do México, com solicitação de asilo nos EUA, os escritórios de imigração anunciaram na quarta-feira (26), que os requerentes ao tribunal podem ter uma espera de até dez anos, antes mesmo de conseguirem uma data para ver um juiz.
Os atrasos decorrem de uma mudança feita dois meses depois que o presidente Joe Biden assumiu o cargo, quando os agentes da Patrulha de Fronteira começaram a prática de liberar imigrantes em liberdade condicional. Eles receberam instruções para se apresentarem a um escritório de “Imigração e Alfândega dos EUA.”
Isso evitou uma superlotação das celas, em 2019, quando imigrantes subiram nos banheiros em busca de espaço para respirar. Entretanto, os oficiais do ICE, encarregados de emitir documentos judiciais, não conseguiam acompanhar o ritmo. “Estamos chegando ao limite”, disse Jamison Matuszewski, diretor de operações de repressão e remoção em San Diego.
Para os imigrantes que aguardam data de julgamento, a situação está cada vez mais complexa. Em Nova York, por exemplo, o ICE disse aos requerentes de asilo para retornarem apenas em março de 2033. Em outras cidades – Los Angeles, Jacksonville, Washington e New Jersey – a espera é até março de 2027.
Até lá, os imigrantes não terão sequer uma audiência inicial nos tribunais, embora possam viver e trabalhar nos EUA – há um acúmulo de 2,1 milhões de casos em janeiro, acima dos cerca de 600.000 em 2017. Funcionários do ICE dizem que leva até seis horas para processar uma família numerosa no tribunal, aumentando os atrasos.
Em março, um juiz federal na Flórida ordenou que o governo Biden parasse de liberar imigrantes na fronteira com instruções para se apresentarem a um escritório do ICE. O governo não recorreu da decisão, mas praticamente encerrou a medida conhecida como “liberdade condicional humanitária”, ao implementar condições de imigração mais rígidas na fronteira EUA-México.
O ICE também deve cumprir seu papel de deportar pessoas nos EUA – um trabalho meticuloso que pode exigir horas de vigilância para uma pessoa. E apesar de um orçamento de US$ 9 bilhões, o ICE sempre foi limitado por recursos.
Biden tentou restringir as prioridades para pessoas consideradas segurança pública ou ameaças à segurança nacional ou que cruzaram recentemente a fronteira em um caso que a “Suprema Corte” deve decidir.
