O embate entre a política de imigração sob a administração Trump e a proteção da liberdade religiosa nos Estados Unidos se intensificou com a detenção de Wilson Velásquez, um imigrante hondurenho residente no país desde 2022. no início de fevereiro, durante um culto em uma igreja pentecostal na Geórgia, Velásquez foi preso por agentes do ICE (Serviço de Imigração e Controle Alfandegário), gerando um clamor a favor dos direitos religiosos e humanos.
Documentos revelam que Wilson e sua família atravessaram a fronteira norte-americana em busca de asilo, tendo se entregado às autoridades e recebido um monitor de GPS. Estabelecidos nos arredores de Atlanta, tornaram-se parte ativa da comunidade local, participando de cultos e contribuindo com as atividades musicais da igreja.
Reação intensa da comunidade religiosa
No dia da operação policial, enquanto os fiéis eram guiados pelo sermão do pastor, a entrada da igreja foi abruptamente invadida pelos agentes. Um dos membros, ao perceber a situação, trancou as portas do templo, barrando temporariamente o acesso dos oficiais. Estes argumentaram que estavam “em busca de indivíduos com dispositivos de monitoramento”, referência ao tornozeleira utilizada por Velásquez.
O pastor Luis Ortiz, tentando acalmar a congregação, descreveu o episódio como “angustiante”, expressando a aflição que se refletia nos rostos dos presentes: “Era visível o medo e as lágrimas”, relatou ele. A detenção de Velásquez, que respeitava todas as normas impostas pelo ICE, provocou revolta entre os fiéis, levantando um questionamento sobre a invasão de espaços sagrados.
Litígios contra a administração federal
A ação legal, movida por diversas igrejas e sinagogas, alega que a política de imigração vigente está comprometendo a prática da liberdade religiosa. As instituições religiosas afirmam que a prisão de Velásquez em um culto coloca em risco a integridade dos espaços sagrados e a experiência espiritual de seus membros. Além disso, ressaltam que oferecem serviços essenciais à comunidade, como assistência jurídica, aulas de inglês e distribuição de alimentos, pilares de sua missão religiosa.
“Estas operações cultivam um ambiente de temor e repressão, afastando aqueles que buscam amparo e orientação espiritual,” declarou um porta-voz das entidades religiosas. “Essas práticas não desconfortam apenas nossos princípios de fé,mas também violam uma longa tradição de acolhimento nos Estados Unidos.” O caso de Wilson Velásquez se tornou emblemático na oposição às políticas de imigração da administração Trump, criticadas por grupos religiosos e defensores dos direitos humanos. O debate que se estabelece agora é: até que ponto a aplicação das leis de imigração pode invadir a liberdade religiosa e o respeito pelos locais de culto?
Confira o link original do post
Matéria original por Brazilianpress
Todas as imagens são de autoria e responsabilidade do site acima.