Na terça-feira, dia 28 de setembro, o governador Ron DeSantis “encorajou” os policiais estaduais a pararem os motoristas que transportam imigrantes para o estado se houver suspeita “razoável” de um crime de contrabando, “principalmente depois que muitos haitianos terem sido libertados na fronteira dos Estados Unidos com o México e que deverão se estabelecer na Flórida”.
A nova política, emitida como parte de uma ampla ordem executiva, também proíbe as agências estaduais de auxiliar o governo federal no transporte de imigrantes da fronteira até a Flórida. Mas esta não é uma ação nova de DeSantis contra imigrantes indocumentados. Há dois anos ele tornou sua principal prioridade legislativa uma lei que exigia que as autoridades estaduais e locais cooperassem totalmente com os agentes federais de imigração. “Temos que fazer todos os esforços possíveis para garantir que estamos protegendo o povo da Flórida e é isso que estamos fazendo aqui hoje”, disse DeSantis em uma coletiva de imprensa, em Fort Myers, onde também anunciou que o estado vai processar a administração do presidente Joe Biden por suas práticas de imigração.
DeSantis também contratou o ex-Procurador do norte da Flórida, Larry Keefe, para ser o “chefão da segurança pública” do estado, uma posição cujas responsabilidades incluem executar a nova ordem executiva do governador, fazer lobby junto ao Legislativo e aconselhar o governador sobre “questões relevantes”.
O salário anual dele não foi divulgado imediatamente.
Estas novas ações do governador ocorrem no momento em que a situação na fronteira dos EUA com o México recebe atenção nacional em meio a um aumento nas travessias e às vésperas de uma campanha para a reeleição.
Alguns críticos chamaram a ordem do governador de “artifício para arrecadação de fundos” e “jogada política”. Outros defenderam a medida e disseram que é uma “responsabilidade” do estado direcionar os policiais estaduais a pararem os motoristas que eles acreditam estarem transportando imigrantes vindos da fronteira, e “que suspeitam estarem cometendo um crime, especificamente tráfico de drogas e tráfico de pessoas”.
O deputado estadual Carlos Guillermo Smith questionou como os policiais vão definir o que é uma suspeita razoável para tráfico de pessoas ou drogas quando você está apenas vendo um veículo passando. “Isso se parece muito com um perfil racial”, disse ele.
Smith também disse que uma parte da ordem contradiz a posição do governador de que os policiais da Flórida devem cooperar totalmente com as autoridades federais de imigração. “Agora, ele está dizendo que não vai cooperar porque é a política de Biden? Parece que DeSantis está violando a mesma lei que assinou porque é politicamente conveniente”, acrescentou.
A secretária de imprensa de DeSantis, Christina Pushaw, disse que a ordem tem uma cláusula que diz que um agente ou oficial não pode considerar uma “raça, cor, etnia, nacionalidade ou outra característica imutável de uma pessoa”. Portanto, não constitui perfil racial, de acordo com ela.
A deputada democrata Frederica Wilson, de Miami, disse que DeSantis está usando o processo para promover “outra tentativa infundada de se reformular à imagem do ex-presidente Donald Trump”. Ela destacou que “muitos dos imigrantes que tiveram permissão para ficar incluem famílias com crianças e crianças desacompanhadas que o governador, desprezivelmente, chamou de crianças estrangeiras”.
Dependendo da disposição, a ordem executiva pode se aplicar a todos os imigrantes ou apenas aqueles que estão entrando na Flórida vindo da fronteira sul.
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