Desde maio, equipes de agentes de imigração têm sido avistadas nas proximidades de um abrigo para pessoas em situação de rua em Hollywood. Essa presença levanta preocupações, já que os oficiais costumam acompanhar moradores de nações assoladas por conflitos, levando-os ao trabalho, a compromissos e audiências judiciais.
Uma funcionária do abrigo, que atende jovens de 18 a 24 anos, relatou ter testemunhado a prisão de dois venezuelanos, que foram algemados por agentes do ICE ao voltarem de seus postos de trabalho.
Os abrigos para moradores de rua estão se tornando alvos de uma crescente repressão imigratória promovida pelo governo de Donald Trump, refletindo em quase 3.000 detenções em Los Angeles. Essas instalações se somam a locais como Home Depots, 7-Elevens e fazendas de cannabis, onde as autoridades federais têm implementado sua estratégia de deportação em massa.
Além do abrigo em Hollywood, prestadores de serviços relataram a presença de agentes de imigração em outras instalações em North Hollywood e San Diego, conforme noticiado por veículos locais.
Com mais de 72.300 pessoas em situação de rua, o Condado de Los Angeles se destaca como o epicentro da crise nacional de desabrigo. A proporção de imigrantes entre esse grupo não é clara, já que a contagem anual exigida pelo governo federal não inclui questionamentos sobre a cidadania.
Uma funcionária destacou que até mesmo cidadãos americanos em um centro de moradia no Vale de San Fernando hesitam em sair por medo de serem abordados ou detidos pelo ICE.
A maior parte das prisões realizadas pelo ICE na região de Los Angeles ocorreu em áreas com alta concentração de população latina, segundo a Coalizão pelos Direitos dos Imigrantes (CHIRLA).
Um estudo divulgado pela CHIRLA revelou que, entre 6 de junho e 20 de julho, 471 das 2.800 detenções pelo Departamento de Segurança Interna aconteceram em bairros predominantemente latinos no Vale de San fernando. Não foi especificado quantos dos detidos eram pessoas em situação de rua.
A presidente da CHIRLA, Angélica Salas, afirmou que os dados indicam uma prática discriminatória por parte das autoridades federais, que negam estar direcionando suas ações com base em características raciais. “O status migratório ilegal é o que caracteriza uma pessoa como alvo do ICE, e não sua cor de pele, raça ou origem étnica”, declarou o DHS em uma nota recente. As operações de imigração, além de resultarem em prisões, têm causado um clima de temor em comunidades inteiras.
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Matéria original por brazilianpress
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