Um preso do Centro de Detenção do Condado de Oklahoma processou em 2019 o presídio por tortura ao ser obrigado, junto com outros três homens, a ouvir a música infantil ‘Baby Shark’ durante cerca de quatro horas sem parar. Na madrugada do último domingo (11), John Basco, de 48 anos, foi encontrado morto em sua cela.
O homem, que tem histórico de condenações desde 1990, estava solto, mas foi preso novamente na última quinta-feira (8) por tráfico de drogas. De acordo com as autoridades, Basco estava inconsciente quando foi achado durante uma ronda dos funcionários do presídio.
A causa da morte ainda não foi divulgada, mas investigadores analisam a hipótese de o homem ter sofrido uma overdose por abuso de drogas, segundo o portal “The Oklahoman“.
Cameron Spradling, advogado de Basco, disse que achou as circunstâncias da morte “perturbadoras” e pediu que “todas as evidências [sejam] preservadas imediatamente” à medida que a investigação avança.
“Estou realmente incomodado com isso”, disse Spradling. “Uma das vítimas do ‘Baby Shark’ está convenientemente morta dentro de três dias de sua chegada à prisão. Como isso acontece? O promotor David Prater acabou de perder uma de suas testemunhas para o próximo julgamento criminal”, disse o advogado.
Entenda
Basco e outros três presos processaram o condado de Oklahoma em dezembro de 2019 depois de acusar dois ex-agentes de detenção de forçá-los a ouvir a música ‘Baby Shark’ repetidas vezes por várias horas enquanto permaneciam algemados e virados para uma parede.
O ex-tenente Christopher Raymond Hendershott, que sabia sobre os maus-tratos, mas não fez nada para impedi-los, também foi processado.
Os advogados que representam os detidos descreveram os incidentes como “eventos de tortura”, e os três policiais foram acusados de contravenção por crueldade a um prisioneiro e conspiração.
Quando se fala em tortura, pensa-se em métodos como choque elétrico e espancamento, mas muitas pessoas não imaginam que a música também pode ser usada como instrumento de tortura por causar dor devido às funções emocionais e psicológicas. A Comissão Europeia de Direitos Humanos determinou a prática como “tortura sem toque”.
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