Um homem sem as duas pernas surpreendeu a todos e foi o primeiro amputado duplo a chegar ao topo do Monte Everest. Hari Budha Magar tem 43 anos e atingiu o feito em maio deste ano. A escala durou 1 mês e teve momentos tensos!
Har é do Nepal e lutou no Afeganistão pelo Exército Britânico, onde sofreu um acidente em 2010 ao pisar em um dispositivo explosivo e quase perder a vida. A recuperação foi difícil, além de lidar com a nova dificuldade, Har teve que enfrentar o alcoolismo e a depressão.
Depois do acidente, que mudou sua vida drasticamente, o homem procurou vários esportes e acabou se tornando alpinista. Desde então, Har acumula dois grandes feitos: o recorde mundial por ser o primeiro amputado duplo a escalar uma montanha de mais de 6.000 metros (Pico Mera) e o primeiro, e único, com essa condição a escalar o Everest, pico mais alto do mundo. Exemplo!
Exército
A história de Har começa lá em 2010, quando o homem era líder da tropa Gurkha, um pelotão composto por nepaleses dentro do Exército Britânico.
Har já havia servido por 15 anos em cinco diferentes continentes, mas aquela patrulha dia 17 de abril reservava algo diferente para o rapaz.
Após um acidente com um objeto explosivo, Har foi amputado das duas pernas até a altura do joelho, e teve que lutar para ficar vivo.
Depressão e alcoolismo
Enfrentar a amputação não foi nada fácil, o ex-combatente acabou caindo no alcoolismo.
Har disse ter sentido que a vida não fazia mais sentido.
“Eu cresci no Nepal até os 10 anos, e vi como as pessoas com deficiência eram tratadas naquelas aldeias remotas”, afirmou.
No país, pessoas com deficiência são vistas como um “pecado da vida anterior” e o homem passou a se sentir um fardo, entrando em depressão.
“Eu mesmo acreditei nesse ponto de vista, foi o que eu vi. Foi com essa referência que eu cresci, disse.
Foi nessa época que Han atentou diversas vezes contra a própria vida.
“Eu estava bebendo demais, e tudo isso era para apenas tentar controlar minha dor e emoções”, relembrou.
Mesmo assim, Har teve uma força de vontade imensa e resolveu virar o jogo, já não dava mais para ficar daquele jeito.
Recuperação
Durante 1 mês que ficou no hospital, o homem amputado que chegou ao topo do Everest focou bastante em sua recuperação.
Foram mais de 12 meses para aprender a andar novamente com suas próteses.
O tempo foi ajudando, e ele se superou a cada segundo.
“Todo mundo tem altos e baixos na vida, e quando eles estão para baixo, é quando precisam de ajuda: família, caridade, amigos e comunidade”.
Para continuar a batalha, Har resolveu começar a procurar um esporte que o agradasse, e finalmente achou o alpinismo.
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No topo
Har queria ser o primeiro amputado duplo a escalar o Everest, mas a jornada foi difícil, e antes mesmo de iniciar a escalada, teve que lidar com preconceitos.
Uma lei aprovada no Nepal em 2017 proibia cegos, escalados solo e amputados duplos de escalar a montanha.
Organizado com outros alpinistas e organizações sociais, o rapaz conseguiu anular a proibição na Suprema Corte do Nepal em 2018. O caminho estava aberto!
Ele começou sua jornada no dia 17 de abril, mesma data em que perdeu as pernas no Afeganistão.
A jornada foi difícil, e em alguns momentos perigosa, Han chegou a ficar sem oxigênio, mas o objetivo final foi atingido.
“Foi muito difícil, mas difícil do que eu poderia imaginar, mas eu tinha que continuar lutando pelo topo, não importa o quanto doesse ou quanto demorasse”, explicou.
Para ele, a sua escalada na montanha mostra que todo mundo pode realizar seu sonho.
“Se eu conseguir subir ao topo do mundo, qualquer pessoa, independente de sua deficiência, pode realizar seu sonho. Não importa quão grandes sejam seus sonhos, não importa quão desafiadora seja sua deficiência, com a mentalidade certa, tudo é possível”, comemorou.
Inspiração
Durante a escalada, Har, o homem amputado que chegou ao topo do Everest, arrecadou fundos para instituições de caridade. Ele quer usar a conquista para inspirar pessoas, principalmente aquelas que têm deficiência e vivem com vergonha.
“Esta subida improvável foi para todos nós. Para todos que enfrentam adversidade ou lutam para combater seus próprios medos, todos que precisam de motivação e inspiração para seguir em frente suas vidas”, disse o alpinista.
Veja momentos da escalada do alpinista:
Durante a subida, momentos delicados:
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