Na próxima sexta-feira (7),um evento incomum ocorrerá nos Estados Unidos: a execução de um prisioneiro por pelotão de fuzilamento,uma prática em desuso há quase 15 anos. Brad Sigmon, de 67 anos, será restrito a uma cadeira, com um alvo sobre o peito, e fuzilado por três homens armados com rifles.A execução está marcada para as 18h no horário local (20h em Brasília), na Carolina do Sul, a menos que haja uma intervenção do governador ou da Suprema Corte para um adiamento de última hora.
Sigmon recebeu a condenação pelo assassinato brutal dos pais de sua ex-namorada, um crime cometido em 2001 com um taco de beisebol, após ela recusar a proposta de reatar o relacionamento. Ao escolher o fuzilamento, argumentou que os métodos disponíveis, como a cadeira elétrica e a injeção letal, eram mais dolorosos e desumanos. Em uma petição à suprema Corte na quinta-feira (6), Sigmon alegou falta de transparência em relação aos procedimentos da injeção letal, considerando o pelotão de fuzilamento como “a opção menos pior”.
um método controverso em discussão
O fuzilamento, uma das formas mais antigas de execução, é frequentemente associado a contextos militares, sendo utilizado como punição por deserção e motins, além de ter sido empregado por regimes autoritários, como na União Soviética e na Alemanha nazista. Nos Estados Unidos, porém, sua aplicação é bastante rara. Desde a reestabelecimento da pena de morte em 1976, apenas três prisões foram executadas por esse método. A última aconteceu em 2010, quando Ronnie Gardner foi fuzilado em Utah.
Embora alguns considerem o fuzilamento um método “menos cruel” — pois, se realizado corretamente, pode resultar em morte quase instantânea —, o método enfrenta críticas. Randy Gardner, irmão de Ronnie, descreveu a execução de seu irmão como “horrível e bárbara”. Ele possui fotos da autópsia e ressalta que o tipo de munição utilizada no fuzilamento de Sigmon pode tornar a execução ainda mais brutal. “Vai ser muito pior”, declarou Gardner em entrevista à Associated Press.
A polêmica da pena capital
A pena de morte e suas modalidades tornam-se novamente assunto de debate com a iminente execução de Sigmon. Defensores do fuzilamento argumentam que ele pode ser menos desumano que a eletrocussão ou a injeção letal, processos que já causaram sofrimentos prolongados devido a falhas. No entanto, críticos sublinham a violência inerente a esses atos. A opacidade nos procedimentos de injeção letal, como evidenciado em casos na Carolina do Sul, tem levado alguns condenados a escolher métodos considerados “mais tradicionais”, como o fuzilamento.
Além disso, a situação levanta questões sobre a aplicação da pena de morte em uma perspectiva global. Enquanto os EUA raramente utilizam o fuzilamento, países como a indonésia ainda o aplicam regularmente. Um exemplo recente ocorreu em 2015, quando dois brasileiros foram executados por pelotão de fuzilamento na Indonésia, provocando protestos em nível internacional.
Na sexta-feira, o mundo estará atento à Carolina do sul, onde Brad Sigmon pode se tornar o quarto homem a ser executado por fuzilamento nos EUA em quase meio século. Seu destino poderá não apenas sinalizar um retorno a um método polêmico, mas também reiniciar as discussões sobre a humanidade — ou a falta dela — na prática da pena de morte.
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