Guarulhos pede providências para ser reconhecida como “cidade fronteira do Brasil” com a chegada em massa de refugiados afegãos, acampados no “Aeroporto Internacional de Guarulhos”, em Cumbica
Da Redação – O “Aeroporto Internacional de Guarulhos”, em Cumbica, vem se transformando em um acampamento para refugiados afegãos, que pedem asilo no Brasil. Com mais de 100 afegãos acampados no aeroporto, o governo federal estuda conceder visto temporário de 180 dias para avaliar as condições de homens, mulheres e crianças, espalhados pelos saguões. A Prefeitura de Guarulhos pede providências imediatas para que o Município seja reconhecido como “cidade fronteira do Brasil” – receberá recursos federais para atender refugiados.
Cerca de 113 afegãos estão à espera de acolhimento, acampados pelos corredores do Aeroporto Internacional, informam as autoridades locais. Em comunicado, a Prefeitura de Guarulhos informou que: “apesar desta questão não ser de responsabilidade do município, a Prefeitura de Guarulhos informa que segue acompanhando a situação dos afegãos acampados.”
“Para acomodar as pessoas que chegam em grande número depende de muitos recursos que extrapolam a capacidade do Município, sendo necessários aportes do Estado e do Governo Federal. Na atual conjuntura dificilmente esse número de pessoas no aeroporto será zerado sem a intervenção governamental”, ressaltou a Prefeitura.
Concessão de visto especial
Órgãos como “Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania”, “Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social”, “Família e Combate à Fome”, “Ministério da Justiça e Segurança Pública”, “Casa Civil” e a “Organização das Nações Unidas” estão atentos a questão. O governo federal fala na concessão de um visto especial de até 180 dias para avaliar a situação de cada um dos afegãos, e conceder asilo no país.
A expectativa do Executivo é a de que, sendo reconhecida como cidade fronteira, Guarulhos passe a ter acesso a verbas e a recursos que são característicos de políticas públicas de lugares que recebem e acolhem refugiados, como cidades que fazem fronteira com países que estão em guerra.
Os afegãos que chegaram ao Brasil no mês de agosto e que estão acampados no “Aeroporto Internacional”, em Guarulhos, demoraram um ano para conseguirem comprar passagens com destino a São Paulo, segundo a voluntária Aline Sobral, do “Coletivo Frente Afegã.”
“Este novo grupo tem menos poder aquisitivo. Estavam com o visto humanitário desde o ano passado, mas não conseguiram arrecadar dinheiro para virem antes. A maioria estava já fora do Afeganistão, em países como Paquistão e Irã. Mas o desespero por lá aumentou com essas novas ações do Talibã”, diz Aline, que acompanha a chegada dos grupos.