A recente deportação de um pai de um militar da Marinha dos EUA na Califórnia gerou um debate intenso sobre as mudanças nas políticas de imigração adotadas durante o governo de Donald Trump, cujas consequências persistem mesmo sob a administração de Joe Biden.
Tradicionalmente, o serviço militar tem sido considerado um caminho não só para a cidadania, mas também uma proteção para os familiares de recrutas. Essa abordagem incentivou muitos imigrantes a se alistar nas Forças Armadas, resultando em aproximadamente 40 mil não-cidadãos servindo ativamente, de acordo com dados recentes.
No entanto, um memorando assinado em fevereiro de 2020 pela administração Trump revogou as proteções que antes amparavam as famílias de militares, incluindo a suspensão de deportações e processos facilitados para a obtenção de green cards. Segundo informações do Brazilian Press, essa alteração foi apresentada como parte de um esforço para endurecer as práticas de imigração, mas especialistas advertem que o efeito vai muito além das simples burocracias.
“O serviço militar era considerado uma proteção importante nas decisões do ICE [Departamento de Imigração e Alfândega]”, comentou Margaret Stock, especialista renomada em imigração militar. “Atualmente, as famílias vivem sob o peso da incerteza, sem a segurança de que um pedido de residência não resultará em detenção ou deportação.”
Um exemplo significativo ocorreu na Califórnia, onde a esposa de um veterano do Corpo de Fuzileiros Navais foi detida ao tentar solicitar seu green card. Somente através de intervenção judiciária foi possível evitar sua deportação – um episódio que revela os riscos enfrentados por muitas famílias sob a nova legislação.
Embora a administração Biden tenha reintroduzido algumas considerações relacionadas ao serviço militar em processos de imigração,a falta de uma lista detalhada de delitos que possam desqualificar um imigrante perpetua a discricionariedade dos agentes do USCIS (serviços de Cidadania e Imigração dos EUA),resultando em insegurança jurídica.
essa incerteza aflige não apenas as famílias, mas também os militares.O Corpo de Fuzileiros Navais, por exemplo, instruiu seus recrutadores a não prometerem benefícios migratórios a candidatos ou seus familiares – uma clara indicação de que os incentivos que antes estimulavam o alistamento diminuíram consideravelmente.
“Estamos vivendo um momento decisivo”, adverte Stock. “Com menos jovens qualificados para o serviço e uma base recrutável cada vez mais limitada, a remoção de benefícios de imigração pode comprometer ainda mais a capacidade das Forças Armadas de atingir suas metas.” Enquanto o debate político se desenrola, milhares de famílias permanecem em uma situação vulnerável – e o futuro do recrutamento militar nos EUA pode depender, em grande parte, de decisões feitas não no campo de batalha, mas nas esferas da política imigratória.
Confira o link original do post
Matéria original por Brazilianpress
Todas as imagens são de autoria e responsabilidade do site acima.





