
O pacto de paz, finalizado na quarta-feira (8), marca um passo significativo na busca pela estabilidade regional, com Israel e o Hamas concordando em implementar um cessar-fogo nas próximas 24 horas. Este conflito, que teve início em 7 de outubro de 2023, resultou em mais de 1.200 mortes e o sequestro de 251 pessoas,além de causar cerca de 60 mil mortes de palestinos em Gaza.
Desafios para a construção da paz
Para que o acordo avance, Israel impõe condições, como a desmilitarização do Hamas e a devolução dos corpos de reféns que perderam suas vidas em cativeiro. Para ajudar nesse desafio, a Turquia anunciou a formação de uma força-tarefa que trabalhará com autoridades internacionais para localizar as vítimas desaparecidas na Faixa de Gaza.
O governo turco, assim como os dos EUA, Catar e Egito, desempenhou um papel vital nas conversas que levaram à proposta de paz. Até o momento, 28 dos 48 reféns mantidos pelo hamas foram confirmados como mortos, sendo que muitos ainda permanecem desaparecidos.
Avanços em negociações de reféns e prisioneiros
Israel afirma que o Hamas continua com 48 dos 251 sequestrados durante o ataque terrorista. Em troca, o governo israelense deve liberar aproximadamente 2 mil prisioneiros palestinos, incluindo alguns que cumprem penas severas, como prisão perpétua. Além disso, uma redução na área de ocupação em Gaza deverá ocorrer, passando de 75% para 57%.
Relatos da mídia israelense indicam que as questões mais delicadas do acordo foram abordadas e estão em vias de resolução.
A aprovação do cessar-fogo
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, frisou que a proposta de cessar-fogo será colocada em votação pelo governo nesta quinta-feira, dia 9. A transição de governança na Faixa de Gaza, proposta pela Casa Branca, ainda é uma incógnita.
O presidente dos EUA, Donald Trump, expressou otimismo em suas redes sociais, afirmando que estamos testemunhando “os primeiros passos” rumo à paz e prevendo que os reféns do Hamas poderão ser libertados em breve.
Trump também planeja uma visita ao Egito e israel nos próximos dias, possivelmente no domingo.
Reações internacionais
O secretário-geral da ONU, António Guterres, celebrou o anúncio do cessar-fogo e a primeira fase do plano de paz de 20 pontos. Em coletiva de imprensa em Nova Iorque, ele ressaltou que este momento era aguardado com ansiedade e deve ser aproveitado para marcar um novo início na trajetória de paz.
No Brasil,o Ministério das Relações Exteriores manifestou um sentimento de ”alívio” diante do cessar-fogo,destacando que a medida deve proporcionar um verdadeiro alívio à população civil afetada pelo conflito. A nota também reforçou o apelo para que todas as partes honrem os termos acordados.
Um marco histórico, segundo Macron
O presidente francês Emmanuel Macron qualificou o acordo como “histórico”, destacando que encerra dois anos de “sofrimento insuportável” para reféns e habitantes da região. ele enfatizou a importância deste dia para todos os povos envolvidos, suplicando que a comunidade internacional se envolva na criação de uma força de segurança de transição na Palestina, a ser ativada quando o plano de paz se concretizar.
Macron ressaltou ainda a urgência em apoiar a Autoridade Palestina, que enfrenta uma crise financeira severa, para garantir a prestação de serviços essenciais e a manutenção da ordem.
Parte da destruição em Gaza após dois anos de conflitos. - Foto: Bashar Taleb/AFP
Crianças palestinas celebrando o fim do conflito no Oriente Médio. – Foto: Dawoud Abu Alkas/Reuters