Desde que deixou o Brasil, em junho do ano passado, cerca de dois meses antes da operação que colocou Glaidson Acácio dos Santos atrás das grades, não há notícia de que a venezuelana Mirelis Yoseline Diaz Zerpa, mulher do ex-garçom conhecido como “faraó dos bitcoins”, tenha retornado ao país. Considerada foragida e com o nome incluído na difusão vermelha da Interpol, ela está, segundo as autoridades, nos Estados Unidos, onde chegou a sacar R$ 1 bilhão em criptomoedas já depois da prisão do marido e de outros comparsas. Mesmo assim, o nome de Mirelis aparece em um documento chancelado por ela no dia 29 de novembro. Na referência geográfica acima da assinatura da venezuelana, consta a cidade de João Pessoa, na Paraíba.
Trata-se de uma procuração particular na qual ela concede ao advogado Carlos Diego Filgueira, cujo escritório principal fica na capital paraibana, o direito de representá-la em “qualquer ação judicial e extrajudicial”. O documento foi anexado a um processo em que Mirelis é defendida por Filgueira na Justiça de Brasília. Na ação, três investidores que aportaram juntos R$ 427 mil na GAS Consultoria, empresa que tinha o casal como sócios, pedem a devolução do dinheiro e outras reparações.
— Não tenho autorização para falar sobre o caso em si, até por questão de ética, mas documentos podem ser digitalizados. Nosso escritório age sempre dentro da legalidade — afirmou o advogado ao site O Globo.
A GAS prometia aos clientes rendimentos de 10% ao mês sobre os valores repassados, muito acima dos praticados por qualquer atividade regularizada do gênero disponível no mercado. Ao fim de 24 meses — renováveis por mais 12 —, além dos lucros mensais, o valor total investido também era devolvido. Para justificar o faturamento astronômico, a empresa dizia realizar transações com criptomoedas, mas a natureza das atividades levantou a suspeita de que se trataria, na verdade, de uma pirâmide financeira.
De acordo com investigadores, no dia 23 de junho do ano passado Mirelis viajou sob forte esquema de segurança de Cabo Frio, cidade na Região dos Lagos que era a base dos negócios do casal, para a capital do estado. Em seguida, ela foi para o México e, então, para os Estados Unidos, firmando domicílio em Miami. De lá, a venezuelana teria continuado a conduzir as atividades do grupo.
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