Na terça-feira (2), o Departamento de Segurança Interna dos Estados Unidos (DHS, da sigla em inglês) anunciou que coordenou o retorno de 116 migrantes chineses ilegais ao seu país de origem. Esse foi o primeiro grande voo desse tipo nos últimos cinco anos, e a deportação foi feita em estreita cooperação com a Administração Nacional de Imigração da República Popular da China, acrescentou o órgão. As informações são da agência Associated Press.
A operação, realizada no fim de semana, ocorre em meio a um intenso debate político sobre imigração chinesa, que tem ganhado destaque nas próximas eleições presidenciais dos EUA. Alejandro Mayorkas, secretário de Segurança Interna, reafirmou o compromisso de aplicar rigorosamente as leis de imigração dos Estados Unidos, enfatizando a remoção de indivíduos “sem base legal para permanecer no país”.
O DHS afirmou estar em cooperação com a China para “reduzir e prevenir a migração irregular, e combater o contrabando ilegal de pessoas por meio de medidas ampliadas de aplicação da lei”. Desde outubro até o final de maio, o DHS conduziu mais de 120 voos de repatriação internacional para mais de 20 países, incluindo a China. Durante esse período, a Patrulha de Fronteira dos EUA interceptou mais de 31 mil migrantes chineses tentando cruzar ilegalmente a fronteira com o México.
Washington tem enfrentado desafios significativos nos últimos anos para repatriar cidadãos chineses sem autorização legal, devido à relutância da China em aceitá-los de volta. Houve um aumento notável na entrada ilegal de imigrantes chineses pelos EUA, especialmente via fronteira mexicana, no último ano. Em 2023, as autoridades de fronteira dos EUA prenderam mais de 37 mil cidadãos chineses na fronteira sul, um aumento significativo em relação ao ano anterior, quando o número era uma décima parte desse total.
Pauta política
A migração de cidadãos chineses se tornou uma questão crítica para os republicanos e o ex-presidente Donald Trump, que levantaram dúvidas sobre os motivos desses migrantes chegarem aos Estados Unidos. Enquanto isso, organizações de defesa dos direitos asiáticos alertam para o aumento do potencial de assédio contra asiáticos, enquanto os migrantes explicam que estão buscando escapar da pobreza e da repressão em sua terra natal.
Washington e Beijing retomaram a cooperação em questões migratórias no início deste ano, enquanto o governo chinês reafirmou sua oposição à imigração ilegal em todas as formas. Em maio, a Embaixada da China nos Estados Unidos destacou a intensificação das medidas para reprimir crimes na fronteira e combater redes de contrabando.
O anúncio veio da deportação veio após as autoridades equatorianas suspenderem temporariamente a isenção de visto para cidadãos chineses a partir de 1º de julho, devido ao aumento no número de chegadas. Aproximadamente metade desses imigrantes ultrapassa o prazo de permanência permitido ou deixa o país por “rotas irregulares”, tornando-se vulneráveis ao tráfico humano. O Equador é frequentemente visto como o ponto de partida para a longa jornada terrestre que imigrantes chineses fazem para alcançar os Estados Unidos, conhecida como “zou Xian” ou “rota a pé”. Em 2023, o país sul-americano registrou a entrada de mais de 48 mil cidadãos chineses, resultando em uma diferença de mais de 24 mil pessoas que permaneceram no país.
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